Homenagem ao cantor petrolinense Geraldo Azevedo e ao bairro Henrique Leite (Jatobá)
Por: Afonso Lima
Hoje vamos falar um pouco da história dos anos 60, de um artista petrolinense Geraldo Azevedo que nasceu no dia 11 de janeiro de 1945, no bairro Jatobá (Henrique Leite), que completou 80 anos, e vai ser o grande homenageado pelo prefeito Simão Durando neste ano de 2025, em Petrolina.
Em 1960, Geraldo Azevedo iniciou sua carreira musical. Seu primeiro trabalho é na difusora de Petrolina, em um programa de rock com Reinaldo Belo.
A Bossa Nova ganha as rádios de todo país. A música de João Gilberto seduz o jovem Geraldo Azevedo. É fundada a primeira rádio de Petrolina: Emissora Rural A Voz do São Francisco. Geraldo Azevedo é convidado para apresentar o programa “Por Falar em Bossa Nova”. Ele compõe a música tema e as vinhetas do programa, tocando-as ao vivo, assim como os sucessos do gênero.
Alguns anos depois, é convidado para tocar na banda Sambossa. Geraldo Azevedo considera Fernandinho, líder do grupo, como seu primeiro grande mestre musical.
Muda-se para Recife para cursar o científico e preparar-se para o vestibular de arquitetura. Começa a trabalhar como projetista, participando da construção de prédios tradicionais da capital pernambucana.
Interage com grupo Construção, tendo Naná Vasconcelos, Teca Calazans e Paulo Guimarães como parceiros. Começa a tocar em universidades. Ganha seu primeiro violão profissional de um grupo de estudantes, entre eles Cristovam Buarque, que foi senador da Republica.
Funda o grupo Raíz (1965) fundamentado no teatro, na literatura e na música. Conhece Carlos Fernando, que se torna um de seus maiores parceiros.
Trabalha no Teatro Popular do Nordeste com Emilio Borba Filho, na direção musical de suas peças. Começa a musicar os poemas dos espetáculos.
Faz a animação cultural do Bar Aroeira aos fins de semana, levando bandas de pífano e cirandeiros para se apresentar. O folclore sertanejo ganha a cidade grande.
O grupo Raíz é convidado para fazer um programa quinzenal na TV Jornal do Commercio (Canal 2). Geraldo Azevefo apresenta o quadro musical do folhetim “Chegou a Vez” e recebe convidados de outras cidades. Conhece Eliana Pittman, que na época cantava com seu pai, Booker Pittman.
Em 1966, compõe sua primeira música completa, com melodia e letra. “Aquela Rosa” inaugura a parceria com o amigo Carlos Fernando.
Assume a direção musical do 2º Festival de Música do Nordeste, em 67. É considerado um dos melhores violonistas da época.
No mesmo período é convidado para tocar com Eliana em seu primeiro show solo, “Eliana em tom maior”. Geraldo Azevedo muda-se para o Rio de Janeiro e, além de acompanhar a cantora com a banda, faz uma participação especial em apresentação solo, enquanto a cantora troca o figurino. Nessa temporada se torna conhecido como compositor e instrumentista versátil.
Já no Rio de Janeiro, Geraldo Azevedo fica sabendo por Milton Nascimento que “Aquela Rosa” vence o festival.
Geraldo segue em turnê com Eliana no show “É Preciso Cantar”, ao lado de Marcos Vinicius de Andrade, Antônio Adolfo, Novelli e Victor Manga.
Junta-se a Naná Vasconcelos, Nelson Ângelo e Franklin para formar o Quarteto Livre, grupo que acompanha Geraldo Vandré em seus shows. Começa a escrever “Canção de Despedida” em parceria com Vandré, ainda sem saber o que estaria por vir.
Geraldo Vandré é perseguido pelo regime militar e sai fugido do país. O grupo se dissolve. No exílio, ele termina de compor “Canção de Despedida”
Geraldo Azevedo participa de reuniões clandestinas no Teatro Gláucio Gil, ao lado de cineastas, roteiristas, atores e músicos. Conhece Glauber Rocha, Walter Lima Junior, Caetano Veloso, entre outros. Geraldo Azevedo fica responsável por recolher assinaturas para o manifesto contra a censura.
Em 1969, Geraldo Azevedo é preso com a esposa durante a ditadura militar, sendo torturado por 41 dias. Vitória fica 80 dias na prisão. Com a ditadura, a produção musical no pais para e Geraldo Azevedo volta a trabalhar como projetista na Montreal Engenharia. Essa é a historia do nosso querido petrolinense nos anos 60.
Vamos falar tambem do bairro Henrique Leite, comunidade onde Geraldo Azevedo foi criado. E todas as homenagens que ja recebeu em Petrolina, a primeira foi feita exatamente lá atrás no ano de 1993. O bairro henrique Leite foi escolhido para que as suas vias publicas fossem denominadascom os nomes das suas musicas.
O projeto de lei foi do então vereador Marcos Aurelio, que com muito orgulho quiz prestar aquela homenagem para um filho da terra, que fazia questão por onde andava dizia que era de Petrolina, nascido no Jatobá.
O bairro Henrique Leite, que recebeu essa homenagem de ter as suas vias publicas com os nomes das musicas de Geraldo Azevedo, é merecedor porque tem uma historia de luta. O bairro teve inicio no dia 14 de setembro de 1988, e os seus primeiros moradores vieram da Invasao Josepha Coelho que ficava no bairro Vila Eduardo, e foi na primeira gestão do então prefeito Fernando Bezerra Coelho, que retirou as famílias de la, e fêz a doação dos terrenos.
Feitas essas observações, ja haviamos conversado com algumas pessoas que querem prestar uma homenagem a Geraldo Azevedo, lá no Henrique Leite quando ele vir a Petrolina no mês de março, fazer o show o “Grande Encontro”.
Será o grande momento para reunir os familiares que ainda moram no Jatobá, como dona Satyra Azevedo que mora na frente da casa que Geraldo Azevedo basceu; e a sua unica irmã Gracilda Azevedo, que tem 82 anos e ainda reside em Petrolina; moradores da comunidade; amigos mais proximos como o ex-vereador Marcos Aurelio, autor da lei que denominou as vias publicas do bairro; o ex-vereador César Durando; a vereadora Maria Elena de Alencar, que lhe concedeu a Medalha Dom Malan, e criou o Festival de Musica Geraldo Azevedo; o vereador Ronaldo Cancão, que além de ser amigo, participou do movimento para retirar as familias da Invasão Josepha Coelho; a vereadora Claudia Ferreira, lider comunitaria do bairro, que mora na comunidade; e tantas outras pessoas.
A homenagem que pretendemos fazer, é que Geraldo Azevedo vá no bairro conhecer as ruas que foram denominaadas com as suas musicas, e receber a homenagem na “Rua Aquela Rosa”, que foi a sua primeira musica gravada em 1966.
Ppara que a homenagem seja prestada, as vias publicas do bairro Henrique Leite tem que estar com as placas indicativas, para isso o vereador Ronaldo Cancão já se colocou a disposição para providenciar!
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