Moradores de diversos bairros de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, têm relatado transtornos causados pela fuligem proveniente da queima de cana-de-açúcar realizada pela empresa Agrovale, no município vizinho de Juazeiro, na Bahia. As cinzas têm atingido telhados, roupas estendidas, calçadas e até o interior das casas, provocando incômodo e preocupação com a saúde da população.
O problema, que se intensifica durante o período de colheita da cana, reacende debates sobre os impactos ambientais e sociais da prática da queima, que apesar de comum em grandes plantações, é amplamente criticada por especialistas e por órgãos ambientais.
“É todo dia o mesmo sofrimento. A gente limpa a casa e logo depois está tudo preto de novo. Já pensamos até em parar de estender roupas no varal”, relatou uma moradora do bairro Vila Marcela. Outro morador da Cohab Massangano reclamou: “É uma sujeira que a gente não tem culpa. A fuligem entra até pela janela. Isso não é justo.”
Entidades ambientais e moradores cobram das autoridades medidas mais firmes contra a prática e exigem da Agrovale ações que minimizem os impactos à população urbana de Petrolina. A expectativa é de que os órgãos competentes, como o Ministério Público e as secretarias de meio ambiente dos dois municípios, se posicionem sobre a situação. Até o momento, a empresa não emitiu nota oficial sobre os recentes relatos.