Operação flagra fábrica clandestina com mais de 1,5 mil garrafas falsificadas, em condições precárias de higiene e risco de contaminação em Garanhuns. Três homens foram presos em flagrante
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) desarticulou, nesta segunda-feira (6), um esquema de fabricação e distribuição de bebidas alcoólicas falsificadas no município de Garanhuns, no Agreste Meridional. A ação foi conduzida pela Delegacia de Garanhuns, com o apoio da 18ª Delegacia Seccional (DESEC), resultando na prisão em flagrante de três homens pelos crimes de associação criminosa e falsificação de produtos destinados ao consumo.
As investigações, presididas pelo delegado Victor Hugo, tiveram início a partir do aumento de casos de adulteração de bebidas em diversas regiões do país. Durante as buscas, os policiais localizaram um galpão no bairro Aloísio Pinto, de onde vinham ruídos e forte odor de álcool. No ambiente, foram encontrados suspeitos realizando o envase e o lacre artesanal de garrafas com líquidos de aparência e cheiro semelhantes a bebidas destiladas. Segundo informações preliminares, o material seria distribuído no comércio local e em municípios vizinhos.
“A equipe prosseguiu com as diligências e encontrou um segundo depósito, situado no bairro Viana Moura, onde foram apreendidos lacres, tonéis de álcool e materiais utilizados na falsificação. No total, a operação resultou na apreensão de aproximadamente 1.500 garrafas, além de recipientes e equipamentos empregados na produção”, contou o delegado Victor Hugo.
A Polícia Científica de Pernambuco foi acionada para realizar o levantamento pericial no local. Segundo o perito Kleber Rosalvo Alencar Cardoso, da Unidade de Polícia Científica do Agreste Meridional, as condições encontradas eram precárias e sem qualquer controle sanitário. “Constatamos uma fábrica clandestina de bebidas destiladas, funcionando em condições totalmente inadequadas do ponto de vista da vigilância sanitária e da higiene. O ambiente era bem sujo e armazenava grandes tanques com líquidos incolores e odor característico de álcool. Havia ainda centenas de garrafas antigas e caixas de marcas conhecidas, como Montilla e Dreher, prontas para distribuição”, explicou o perito.
Ainda segundo Kleber Cardoso, o espaço apresentava risco de incêndio e de contaminação ambiental. “O imóvel tinha perigo real de incêndio, dada a quantidade de álcool e papel armazenados, com condições propícias para a proliferação de insetos e roedores, podendo ter impacto para a saúde pública”, destacou. Materiais coletados durante a perícia serão encaminhados ao Laboratório de Química Forense, no Recife, onde passarão por análise técnica para determinar o teor alcoólico e identificar a presença de substâncias tóxicas, como o metanol.
Os três suspeitos foram conduzidos à Delegacia de Garanhuns, autuados em flagrante e encaminhados ao sistema prisional, ficando à disposição da Justiça. As investigações prosseguem para identificar outros envolvidos na produção e comercialização das bebidas falsificadas.