Opositor de Maduro nas eleições de julho foi acusado de desacato após faltar a três depoimentos em processo que apura fraude nas eleições
A Justiça venezuelana aceitou o pedido de prisão solicitado pelo Ministério Público contra Edmundo González Urrutia, opositor de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de julho. O pleito, que reelegeu Maduro, é fortemente questionado pelos oposicionistas e pela comunidade internacional.
A Procuradoria-Geral da Venezuela pediu a prisão de González por desacato, após ter faltado três vezes a depoimentos em um caso na Justiça venezuelana que apura fraude na eleição.
O MP acusa González de fraude de documentos, associação criminosa, conspiração, delitos informáticos e instigação à desobediência das leis após criar e manter um site com atas da votação que provariam que a oposição venceu o pleito.
Segundo os procuradores, o mandado de prisão se justificaria pelo “risco de fuga e de obstrução”.
González disse que o MP venezuelano era um “acusador político” e que o processo não tinha “garantias de independência ou devido processo legal”.
De acordo com o site mantido pela oposição, González venceu Maduro nas eleições. A oposição teria recebido 67% dos votos, contra os 30% recebidos pela chapa do atual presidente.
O Conselho Nacional Eleitoral, outro órgão ligado a Nicolás Maduro e principal autoridade eleitoral do país,proclamou o atual presidente vencedor das eleições, com 52% dos votos, contra 43% da oposição.
González não aparece em público desde 30 de julho e está em uma localidade desconhecida — o opositor de Nicolás Maduro não participou dos últimos protestos contra o atual presidente.