O Irã disparou, nesta sexta-feira (13), mísseis contra “dezenas de alvos” em Israel, em resposta ao ataque sem precedentes daquele país contra instalações nucleares e militares iranianas, que matou altos comandantes do Exército e da Guarda Revolucionária.
Reconhecendo que Teerã tem a capacidade de causar danos “significativos”, o Exército israelense anunciou que o Irã havia disparado dezenas de mísseis em sua direção e ordenou à sua população que se dirigisse aos abrigos.
Em Jerusalém, soaram as sirenes e, pouco depois, ouviram-se explosões. Em seguida, o Exército suspendeu a ordem de permanência nos abrigos, mas pediu à população que não se afastasse desses espaços protegidos.
Sete pessoas ficaram levemente feridas no centro do país, declarou Eli Bin, porta-voz dos socorristas do Magen David Adom, o equivalente israelense da Cruz Vermelha, ao canal 12 da televisão israelense. Em imagens divulgadas pelo canal, via-se o que parecia ser um prédio atingido por um míssil.
Os socorristas israelenses afirmaram que estão “atendendo a vários incidentes graves”, tentando resgatar pessoas presas em edifícios.
Israel declarou que, ao atacar civis, o Irã cruzou uma “linha vermelha”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, destacaram “a importância da diplomacia e do diálogo”, mas o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, descartou todos os apelos à moderação “após a agressão israelense”, em palavras dirigidas a seu homólogo britânico, David Lammy.
“Resposta firme e precisa”
Em Teerã, a Guarda Revolucionária, o exército ideológico iraniano, assegurou em um comunicado divulgado por meios estatais que seu país “realiza uma resposta firme e precisa contra dezenas de alvos, bases e infraestruturas militares do regime sionista”.
A televisão estatal iraniana afirmou, por sua vez, que o Exército da República Islâmica derrubou dois caças israelenses.
Horas antes, Israel havia lançado um ataque massivo e sem precedentes contra o Irã, bombardeando instalações nucleares e militares, assim como a capital, Teerã, em uma operação que a República Islâmica considerou “uma declaração de guerra”.
Os bombardeios israelenses mataram altos comandantes iranianos, entre eles o chefe do Estado-Maior do Exército, o chefe da Guarda Revolucionária e o comandante da força aeroespacial desse corpo armado.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a operação, batizada de “Leão Ascendente”, atingiu “o coração do programa de enriquecimento nuclear iraniano”.
Ele também previu “várias ondas de ataques iranianos” em resposta à ofensiva, que continuará “por tantos dias quanto for necessário”, tendo mobilizado 200 caças.
Após a inédita onda de bombardeios, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, nomeou um novo chefe do Estado-Maior e um novo responsável pela Guarda Revolucionária.
“Em breve se abrirão as portas do inferno sobre esse regime assassino de crianças”, ameaçou Mohamad Pakpur, o novo comandante da Guarda Revolucionária, em referência a Israel.
O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, conversou com seu homólogo russo, Vladimir Putin, e lhe garantiu que o Irã “não busca obter a arma nuclear”. Também declarou estar disposto a “oferecer garantias a esse respeito às autoridades internacionais competentes”, segundo uma declaração da presidência iraniana.
“Vladimir Putin destacou que a Rússia condena as ações de Israel, que violam a Carta das Nações Unidas e o direito internacional”, afirmou por sua vez o Kremlin, acrescentando que o presidente russo transmitiu a Netanyahu “sua disposição para mediar” o conflito e evitar uma escalada maior.