Vereador critica o aumento de secretarias e cargos comissionados, destacando que os recursos poderiam ser usados para resolver problemas urgentes de Recife, como a falta de drenagem, saneamento e as condições da saúde pública
Nesta quarta-feira (15), o vereador Gilson Filho participou da terceira sessão extraordinária da 19ª legislatura, onde foi finalizado o debate sobre o projeto de lei do executivo que propõe a reforma administrativa na Prefeitura do Recife. Gilson Filho confirmou seu voto NÃO contra a proposta que prevê o aumento de secretarias e cargos comissionados, argumentando que esses recursos poderiam ser melhor aplicados em áreas que enfrentam problemas estruturais urgentes na cidade.
Durante sua fala, Gilson destacou que o aumento de secretarias, que acarretará um custo significativo aos cofres públicos, deveria ser redirecionado para resolver questões como a falta de saneamento, as condições precárias de serviços de saúde e a infraestrutura urbana. Como exemplo, o vereador relembrou sua visita, realizada no dia 2 de janeiro, à Policlínica e Maternidade Professor Arnaldo Marques, no Ibura, onde constatou diversas irregularidades, como a falta de água no banheiro feminino, a ausência de lençóis para os recém-nascidos e a escassez de médicos. Para Gilson, esses problemas na saúde poderiam ser resolvidos com os recursos destinados ao aumento de secretários.
Gilson também mencionou sua fiscalização na orla de Boa Viagem, onde encontrou esgoto a céu aberto, em um dos principais cartões-postais da cidade. O vereador fez questão de reforçar que “nossa cidade não tem saneamento, apenas 43% da cidade tem acesso ao saneamento.” Para ele, os recursos que estão sendo direcionados para aumentar os salários dos secretários e ampliar os cargos comissionados poderiam, na verdade, ser usados para resolver problemas como esse, que afetam diretamente a qualidade de vida da população.
Além disso, o vereador relembrou os transtornos causados pelas chuvas nos últimos dias, que resultaram em alagamentos em diversas áreas da cidade, como no bairro da Guabiraba. “Dois dias atrás, Recife ficou um caos. O bairro da Guabiraba estava praticamente isolado devido ao alagamento. Isso é um exemplo claro de como a drenagem pode resolver esse tipo de problema. A cidade precisa de drenagem, mas, ao invés disso, a Prefeitura prefere priorizar o aumento de salários e a criação de cargos comissionados”, afirmou Gilson.
Em sua fala, o vereador também apresentou dados sobre a realidade de Recife, como a posição da cidade no ranking de qualidade de vida no Brasil. Segundo ele, Recife ocupa apenas a 21ª posição entre as capitais brasileiras em qualidade de vida. Para Gilson, isso é reflexo da falta de investimentos em áreas essenciais, como saneamento, saúde e infraestrutura, e de uma gestão que prioriza a ampliação de gastos administrativos em vez de focar nas necessidades da população.
O vereador também criticou a gestão municipal por não dar a devida atenção a esses problemas estruturais e reafirmou que a cidade precisa urgentemente de políticas públicas que foquem em resolver as questões mais imediatas, como saúde, saneamento e drenagem, em vez de gastar recursos com medidas que não trazem benefícios diretos à população.
Gilson Filho recebeu o apoio de seus aliados, Thiago Medina (PL), Felipe Alecrim (Novo) e Eduardo Moura (Novo), que também se posicionaram contra a proposta e destacaram a necessidade de uma gestão pública mais eficiente, que invista nas melhorias essenciais para a cidade, ao invés de aumentar os custos administrativos.
Ascom