Fecomércio-PE emite Nota oficial sobre flexibilização na formação para obtenção da CNH

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco – Fecomércio, entidade sindical, formada por 22 sindicatos filiados, representante patronal das empresas do segmento do comércio de bens, serviços e turismo estabelecidas no Estado de Pernambuco, e o Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores do Estado de Pernambuco – Sindcfc, manifestam repúdio  às declarações do Poder Executivo, através do Ministro dos Transportes Renan Filho sobre a proposta de resolução que visa flexibilizar a exigência de formação teórica,  técnica e prática da direção veicular, para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação -CNH, o que fatalmente culminaria com o fim das autoescolas e centros de formação em todo o Brasil, apresentando impactos econômicos e sociais.

A exigência de aulas práticas e teóricas em autoescolas constitui o principal pilar de sustentação de um setor econômico formalizado, com efeitos relevantes sobre o mercado de trabalho e a economia local. A proposta de extinguir essa obrigatoriedade tende a produzir desdobramentos negativos sobre a segurança no trânsito, a geração de emprego, a arrecadação e a estrutura produtiva do setor.

Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS/MTE) e do Detran-PE, o Brasil conta atualmente com 12.470 autoescolas, sendo 266 localizadas em Pernambuco. Essas unidades operam como polos empregadores, absorvendo mão de obra em funções diversas, como instrutores, atendentes administrativos, pessoal de manutenção e suporte operacional. Em 2024, o setor empregou, em âmbito nacional, 79.038 trabalhadores de forma direta e mais de 200 mil de forma indireta. Em Pernambuco, 5.819 instrutores encontram-se devidamente registrados no Detran-PE, contribuindo com efeitos multiplicadores na economia regional.

Cumpre ressaltar que a formação de condutores é uma atividade regulamentada que assegura padrões mínimos de qualidade, contribui para a formalização do mercado de trabalho e fortalece a sustentabilidade financeira das empresas do setor. A flexibilização excessiva, por outro lado, pode estimular práticas informais, com instrutores atuando sem credenciamento, o que compromete e reduz a qualidade da educação e da formação para o trânsito, colocando em risco milhares vidas.

No ano em que foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela Presidência da República, o Programa da CNH Social, que pretende custear a formação teórica e prática de direção veicular para pessoas de baixa renda, tal proposta pelo Ministro dos Transportes beira ao retrocesso, uma vez que nosso País ainda registra altos índices de sinistros e condutores não habilitados, e enfraquecer a educação para o trânsito é inaceitável.

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