Pastor foi recebido por apoiadores na porta da delegacia e subiu o tom contra o STF: “Estamos diante de um criminoso chamado Alexandre de Moraes”
Silas Malafaia foi recebido por apoiadores na saída da delegacia da Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, onde prestou depoimento nesta quarta-feira (20/8). Sob aplausos, o pastor voltou a criticar o ministro do Superior Tribunal Federal (STF) e afirmou que não vai se calar.
“Estamos diante de um criminoso chamado Alexandre de Moraes, que venho denunciando há 4 anos em mais de 50 vídeos”, protestou Malafaia. “Ele estabelece o crime de opinião no estado democrático de direito. Onde é que você é proibido de conversar com alguém? Que país é esse, que democracia é essa?”, disse o pastor para jornalistas.
Malafaia foi recebido pela PF no aeroporto após voltar de uma viagem internacional para Lisboa. Os agentes cumpriam um mandado de busca pessoal e apreensão de celulares contra o religioso, citado em relatório entregue ao STF.
Durante a investigação, a PF flagrou mensagens trocadas entre Jair Bolsonaro, réu em ação penal por tentativa de golpe de Estado, e Malafaia. Nelas, o pastor orienta o ex-presidente e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a publicar conteúdos nas redes sociais pedindo pela anistia. As mensagens obtidas também mostram Malafaia irritado e xingando Eduardo, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, por discursos considerados “nacionalistas”.
Além da apreensão do celular, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Silas Malafaia está impedido de deixar o país e de se aproximar de Bolsonaro. Cercado por apoiadores, Malafaia nega que tenha orientado Eduardo, como mostra a PF.
“Orientado em quê? Quem sou eu pra orientar Eduardo Bolsonaro? Conversa com ele. Que conversa é essa? Estão vazando?”, questiona o pastor. “Vai ter que me prender pra me calar”.
A Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestou de maneira favorável às medidas aplicadas contra Malafaia. “Impõe-se concluir que estão associados no propósito comum, bem como nas práticas dele resultante, de interferir ilicitamente no curso e no desenlace da Ação Penal n. 2668 [da tentativa de golpe], em que o ex-presidente figura como réu”, disse o procurador-geral, Paulo Gonet.