Tarifaço de Trump: Haddad diz que Brasil “não pode servir de quintal de ninguém”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado que o Brasil “não pode servir de quintal de ninguém” e que o país tem “densidade e importância” para manter sua soberania, a comentar as negociações em torno do tarifaço de 50% promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros comprados pelo país.

O governo Lula tem tratado as tarifas como uma ação política de Trump, que justifica o tarifaço, em parte, por conta do do processo de seu aliado, Jair Bolsonaro, que é réu por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, os Estados Unidos são superavitários nas relações comerciais com o Brasil.

— Estamos com esse desafio geopolítico. O Brasil não pode servir de quintal para ninguém. Temos tamanho, densidade e importância para garantir nossa soberania. Não podemos escolher parceiro, temos que ser parceiros de todo mundo — disse.

Haddad participou por videoconferência do encontro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado em Brasília.

Ele disse que o Brasil pretende continuar dialogando com os Estados Unidos, mas não pode se curvar às condições impostas pelos americanos.

— Jamais passou pela nossa cabeça abrir mão da parceria com os Estados Unidos. Mas não nas condições que estão sendo colocadas. Nós dialogamos com todos os governos. O presidente Lula, nos seus três mandatos, teve ótimas relações com presidentes americanos democratas e republicanos. Sempre mantivemos nossa postura altiva, séria e soberana no trato dos assuntos comuns a dois povos que têm uma história de 200 anos. Não tem nenhuma razão para isso mude. Até porque o governo Trump é temporário, e Brasil e Estados Unidos são estados nacionais permanentes — afirmou.

O ministro da Fazenda reiterou que há interesse do país em manter uma parceria comercial com os Estados Unidos e em negociar, mas sem abrir mão da independência entre os poderes no Brasil e da soberania nacional.

— Fiz uma reunião na Califórnia com o secretário do Tesouro (de Trump), Scott Bessent, as tratativas estavam andando muito bem até que essa atitude hostil nos surpreendeu pela ação de grupos de extrema direita brasileiros que, de patrióticos, não têm absolutamente nada. Vimos aí pelas mensagens trocadas que o único objetivo é livrar a cara dos golpistas e não tem nenhuma outra finalidade essa hostilidade que não seja reabilitar a extrema direita no Brasil — afirmou Haddad.

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, também presente ao evento do PT, voltou a afirmar que o tarifaço é injusto, já que os Estados Unidos tem superávit com o Brasil na balança comercial.

Segundo ele, a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é seguir negociando para reduzir o tarifaço de 50% (40% de sobretaxa mais 10% da tarifa mínima) imposto pelo governo Donald Trump, além de tentar incluir mais produtos na lista de exceções.

— Nós não vamos desistir de baixar essa alíquota e incluir mais produtos (nas exceções) — afirmou.

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