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Sequelas pós-AVC: tratamento multidisciplinar é a principal forma de recuperar a qualidade de vida do paciente, alerta especialista

Em 29 de outubro, celebra-se o Dia Mundial do AVC, que alerta sobre prevenção e tratamentos após o derrame

Uma das principais causas de morte, incapacitação e internações no mundo, segundo o Ministério da Saúde, o acidente vascular cerebral (AVC) acontece quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, resultando em paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. Aos que sobrevivem ao AVC, geralmente, resta conviver com uma realidade difícil: a recuperação das sequelas.

Segundo Renata Azevedo, neurologista da Clínica Florence Recife, hospital especializado em reabilitação e cuidados paliativos, a extensão das sequelas depende de diversos fatores. “O tipo do AVC, a localização e a extensão da lesão cerebral, além do tempo até os primeiros atendimentos depois do acidente são fatores que influenciam diretamente na extensão e severidade da lesão. A idade, comorbidades pré-existentes, estado funcional e cognitivo prévio do paciente também vão determinar a sua vida pós-AVC”, diz.

Entre as principais sequelas do derrame, temos fraqueza muscular, perda do controle de movimentos, alterações na sensibilidade, assimetria da face, dificuldade de comunicação, alterações na visão, incontinência urinária e/ou fecal, dificuldade para engolir alimentos (disfagia), confusão mental, crises convulsivas e alterações emocionais.

Segundo a neurologista, a minimização das sequelas depende do tratamento multidisciplinar logo após o AVC. “A chave é agir rápido e manter continuidade de cuidado. O ideal é iniciar a reabilitação precocemente, preferencialmente ainda durante a internação, com equipe multiprofissional; explorar a neuroplasticidade do cérebro, essa capacidade de reorganizar conexões, com exercícios repetitivos, estimulantes e específicos que aceleram a recuperação; além de realizar um controle rigoroso de fatores de risco (pressão, glicemia, colesterol, peso, sono e adesão medicamentosa) para evitar novos eventos”, explica Renata.

A depender da gravidade do AVC, o tratamento multidisciplinar pode envolver diversos profissionais, como neurologista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, nutricionista, equipe de enfermagem, entre outros. “Nenhum profissional sozinho consegue cobrir todas as dimensões da recuperação. A multidisciplinaridade garante que tenhamos olhos para todas as facetas que envolvem o processo. Além de multidisciplinar, a reabilitação precisa ser integrada e planejada, com metas e objetivos definidos. Essa integração de saberes é o que transforma a reabilitação em um processo efetivo e humano”, diz a especialista.

Apesar do AVC ser frequente em pessoas mais velhas, o derrame também pode acometer jovens. Segundo dados da Rede Brasil AVC, aproximadamente 18% dos casos de derrame ocorrem entre 18 e 45 anos. “Nos pacientes mais jovens, a reabilitação tem um papel ainda mais decisivo porque eles têm maior potencial de neuroplasticidade, ou seja, capacidade de reorganização cerebral. Muitas vezes precisam retomar vida ativa, trabalho e funções familiares, exigindo uma reabilitação mais focada em reintegração social e produtiva”, comenta Renata. “Precisamos lembrar que tempo é cérebro. Cada minuto conta e quanto mais cedo o tratamento, maior a chance de recuperação”, complementa.

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