Ação, direcionada ao público de comunidades quilombolas, visa oportunizar conhecimento a ser utilizado em projetos de visibilidade dos seus costumes e tradições
Estão abertas até o sábado (9) as inscrições para o projeto Quilombo de Águas Claras: Registro, Resgate e Resistência de um Povo, ação que vai promover no Quilombo de Águas Claras, em Triunfo, uma oficina gratuita de fotografia com 40 horas/aulas. Direcionado para pessoas quilombolas, a partir de 16 anos, o projeto oferecerá uma imersão no mundo da fotografia, com ênfase no processo histórico alternativo da cianotipia.
O objetivo é capacitar os participantes com foco no desenvolvimento de projetos futuros que possam promover e dar visibilidade ao quilombo e seus costumes. Como culminância, o projeto realizará uma exposição fotográfica e entrega dos certificados no dia 17 de novembro, dentro da Festa da Consciência Negra, no terreiro do quilombo.
As aulas, ministradas pelo fotografo e proponente Douglas Fagner, terão uma abordagem pedagógica Freiriana, com a utilização de ferramentas simples e de fácil assimilação. Nas oficinas o foco principal será os elementos da natureza, do cotidiano e da ancestralidade dos participantes, mesclando teorias, práticas, vivências e experimentos.
Os interessados em participar podem se inscrever na Coordenadoria de Políticas para População Negra ou pelo número (87) 99613-1266. O projeto Quilombo de Águas Claras: Registro, Resgate e Resistência de um Povo conta com incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco, além do apoio da Prefeitura de Triunfo.
DOUGLAS FAGNER
Douglas Fagner é fotógrafo profissional, pesquisador e professor de técnicas fotográficas artesanais, com destaque em práticas alternativas do século XIX, como a antotipia e a cianotipia. Formado pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), no Curso Superior de Tecnologia em Fotografia, obteve posição de destaque entre seus pares e conquistou diversos prêmios de fotografia, com o 1º lugar no Prêmio de Fotografia de Carnaval 2016 e 2017, na categoria Júri Técnico.
Ainda em seu currículo acumula o Prêmio Regional Nordeste, na XXV Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (2018), na Categoria Cinema e Audiovisual, Modalidade Filme de não Ficção/Documentário/Docudrama com o trabalho “Retratos, Vida e Poesia”; O Concurso de Consciência Negra da UNICAP (2020), com a obra em vídeo “A fé em tempos de pandemia” e o 1º lugar no Prêmio de Fotografia S.O.S Oceanos da UNICAP (2021 e 2022) na categoria Júri Técnico.
Douglas também se destaca como Produtor Executivo em projetos culturais como “Grafitagem – Arte de se Ver e de Incluir” e “Pernambuco Sobreposto” (Funcultura). Ministrou oficinas de cianotipia intituladas “Impressões Fotográficas da Minha Comunidade” (Lei Paulo Gustavo-LPG). Além disso, participou da Exposição Fotográfica comemorativa aos 10 anos do Curso Superior de Tecnologia em Fotografia e da Jornada de Formação do Prêmio Margem de Fotografia 2020.
Sobre o quilombo
O Quilombo de Águas Claras, distante 12km do centro de Triunfo, é uma comunidade com uma área correspondente a 180 hectares e é formada por 50 famílias. Sua economia se baseia na agricultura de subsistência e o nome Águas Claras vem do fato de haver grande quantidade de minas de água doce e cristalinas na região. A comunidade foi certificada como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares em 2008, conforme Processo FCP n.º01420.001742/2008-30 – Certificado n.º 94/2008 e Portaria n.º 39703, que garante à comunidade cuidados, atenção e proteção por força de lei.
Além de praticar a agricultura de subsistência, o Quilombo de Águas Claras desenvolve atividades embasadas no turismo de experiência, onde o turista é recebido pelos moradores, que mostram toda sua cultura, história e gastronomia.