Blog do Didi Galvão
Funcionários do Hospital Municipal de Belém do São Francisco, no Sertão pernambucano, expressaram indignação com a forma como vêm sendo tratados pela direção da unidade e pela coordenação de enfermagem. A revolta ganhou força nesta semana após a divulgação de um comunicado interno proibindo o uso de celulares pessoais durante o expediente.
O documento, assinado pela coordenadora do Núcleo de Enfermagem, determina que o uso de celulares só é permitido nos horários de descanso, dentro do ambiente de repouso, e adverte que o descumprimento poderá acarretar sanções como advertência, suspensão ou até demissão por justa causa.
Segundo os profissionais, a justificativa de que a medida visa a segurança dos pacientes não se sustenta, já que — de acordo com os relatos — o celular não é utilizado durante atendimentos ou na preparação de medicamentos, mas apenas em momentos de pausa ou quando não há demandas urgentes no plantão.
“Estamos nos sentindo ameaçados. Como vamos cuidar bem dos pacientes, se estamos trabalhando sob pressão psicológica, como se fôssemos suspeitos de má conduta o tempo inteiro?”, desabafa uma das servidoras que preferiu não se identificar.
Os trabalhadores também ressaltam que a medida desconsidera o lado humano da rotina hospitalar. Em plantões que duram até 34 horas, muitos profissionais têm família e filhos, e a proibição total de acesso ao celular prejudica a comunicação e aumenta o estresse no ambiente de trabalho.
“Nem nas piores gestões que esse hospital já teve, fomos proibidos de usar o celular para saber notícias da nossa família. Isso é um retrocesso e uma falta de respeito com quem está na linha de frente do cuidado”, pontuou outro profissional do setor.
O clima é de tensão e apreensão. Os servidores pedem que a gestão municipal reavalie o conteúdo do comunicado e abra diálogo com os profissionais, buscando alternativas equilibradas que garantam tanto a segurança dos pacientes quanto a dignidade e o bem-estar dos trabalhadores da saúde.
O Blog do Didi Galvão segue à disposição e o espaço aberto para que a direção do hospital ou da Prefeitura de Belém do São Francisco, esclareça os fatos.
