A Petrobras mantém uma queda de braços com o Ibama, o órgão federal insiste em não autorizar a estatal a perfurar poços no litoral do Amapá, na região da Margem Equatorial da Amazônia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), nesta quarta-feira (12), pelo que chamou de “lenga-lenga” na questão da exploração de petróleo na Margem Equatorial da Amazônia, no litoral do Amapá, Região Norte do país. Chegou a dizer que o órgão parece agir como se fosse contra o governo, durante entrevista à Rádio Diário FM, do Macapá, onde deve se encontrar, nesta quinta-feira, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
As declarações atingem diretamente o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, ex-prefeito de Bauru e ex-deputado federal do PSB, o que deixa constrangidos o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB); o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB); o prefeito do Recife João Campos e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), à qual o Ibama está subordinado. Agostinho vem promovendo o fortalecimento da capacidade operacional do órgão, principalmente com o uso de tecnologia na fiscalização e combate ao crime ambiental.
Desde a posse de Lula, a Petrobras mantém uma queda de braços com o Ibama, que não autoriza a estatal de petróleo a perfurar poços na região. Estima-se que a Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, possa conter até 14 bilhões de barris de petróleo. “Talvez esta semana ainda vá ter uma reunião da Casa Civil com o Ibama, e nós precisamos autorizar a Petrobras faça pesquisa. É isso que queremos. Se depois vamos explorar é outra discussão. O que não dá é ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo”, disparou Lula.