Objetivo é avaliar os efeitos do resveratrol no perfil metabólico de pessoas com diabetes mellitus tipo 2
Pesquisadores do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf/Ebserh) e da Universidade de Pernambuco (UPE) iniciaram uma pesquisa clínica com o objetivo de investigar os efeitos do uso regular do resveratrol sobre o perfil metabólico de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 (DM2).
O resveratrol é um composto natural presente principalmente nas uvas e conhecido por suas propriedades antioxidantes. Essas propriedades ajudam a proteger as células e o material genético da oxidação — processo natural do organismo agravado por fatores como má alimentação, uso excessivo de medicamentos, tabagismo, consumo abusivo de álcool, exposição ao sol e a poluentes ambientais.
Estudos anteriores indicam que o consumo regular de resveratrol pode contribuir para a melhora de parâmetros bioquímicos em indivíduos com doenças metabólicas, como a redução dos níveis de glicose e de lipídios no sangue, além de melhorar a resistência à insulina, beneficiar funções cardíacas e musculares e oferecer proteção contra alguns tipos de câncer e doenças neurodegenerativas.
“O estudo busca compreender como a suplementação com resveratrol pode influenciar a glicemia, a resistência à insulina e o perfil lipídico de pessoas com diabetes tipo 2, além de avaliar o potencial do composto natural como aliado no tratamento da doença”, explica Carlos Dias, biólogo da Univasf e doutorando em Ciências da Saúde pela Faculdade de Ciências Médicas da UPE.
Metodologia
A pesquisa consiste em um ensaio clínico no qual os participantes tomarão, diariamente, durante 180 dias, um comprimido contendo resveratrol ou placebo (amido de milho). O suplemento será fornecido gratuitamente pelos pesquisadores. Durante o período, os voluntários serão acompanhados pela equipe responsável, que manterá contato para monitorar a saúde dos participantes e esclarecer dúvidas.
Serão realizadas duas avaliações antropométricas (peso, altura e circunferências corporais) e duas coletas de sangue — uma antes e outra após o período experimental — para análise de glicemia em jejum, insulina, colesterol total e frações, triglicerídeos e estresse oxidativo. Todos os exames serão custeados pela pesquisa.
Os participantes receberão os resultados de todas as análises, bem como um diagnóstico nutricional individualizado com base nas medições corporais e perfil metabólico. “Ao final do estudo, cada voluntário receberá orientações para melhorar seu estado nutricional. Caso o diagnóstico aponte excesso ou deficiência de peso, serão oferecidas recomendações sobre alimentação e hábitos saudáveis”, acrescenta Izabelle Araujo, nutricionista do HU-Univasf e doutoranda da UPE, integrante da equipe de pesquisa.
Como interessados podem participar?
A participação é voluntária e gratuita. Todos os procedimentos seguem as diretrizes da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que trata da ética em pesquisas com seres humanos. O estudo integra um projeto guarda-chuva vinculado ao grupo de pesquisa “Desenvolvimento, Nutrição, Fitoterapia e Higiene” da UPE – Campus Petrolina, sob a coordenação das professoras Taisy Cavalcante e Amanda Marcelino.
A pesquisa foi aprovada no edital do programa Integra HU-Univasf de 2024, que visou apoiar a execução de projetos de pesquisa e inovação tecnológica em áreas do conhecimento estratégicas que possam contribuir com a ampliação e a qualificação da oferta de serviços de atenção de média e alta complexidades no âmbito do HU-Univasf e do SUS.
Interessados em participar devem acessar o formulário eletrônico da pesquisa (clique aqui) ou entrar em contato pelo telefone (87) 9 9951-8008 (Carlos Dias) ou pelo e-mail: carlos.hadias@upe.com.br.
Sobre a Ebserh – O HU-Univasf faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.