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Pernambuco será representado por oito atletas nos Jogos Paralímpicos de Paris

A delegação pernambucana disputará as modalidades de bocha, goalball, natação e remo

Começam na próxima quarta-feira (28.8) os Jogos Paralímpicos Paris 2024, evento que reúne uma das maiores delegações já convocadas para uma edição dos jogos fora do Brasil, ficando atrás apenas da Rio 2016. Os oito atletas do estado de Pernambuco irão disputar nas modalidades de bocha, goalball, natação e remo.

A 17ª edição dos Jogos contará com a maior quantidade de atletas brasileiros em competições internacionais: 280 no total, dos quais 274 fazem parte do programa Bolsa Atleta, ou seja, 97,86% dos convocados. Entre os bolsistas, mais de 63% são beneficiados com a mais alta categoria do programa, a Bolsa Atleta Pódio.

Natural de Recife, a maratonista Andreza Vitória Ferreira de Oliveira conheceu a bocha em 2015, no ano seguinte conquistou o 2º lugar nas Paralimpíadas Escolares, e em 2017 chegou a ser campeã pela classe BC2. Já em 2018, passou por reclassificação e, atualmente, joga pela BC1. No mesmo ano, foi convocada para a Seleção Brasileira de Bocha pela primeira vez na classe BC1. Andreza conquistouo ouro no individual BC1 e por equipes BC1/BC2 nos Jogos ParapanAmericanos de Santiago 2023, o ouro no Mundial da modalidade no Rio de Janeiro 2022, e o bronze por equipes na etapa de Póvoa de Varzim, em Portugal, do Open Mundial da modalidade em 2019.

Evani Soares da Silva Calado, natural de Garanhuns, conheceu a bocha aos 20 anos em um projeto da universidade, onde cursava o primeiro semestre de Publicidade e Propaganda. Sua principal conquista foi o ouro por equipes da classe BC3 nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

Natural de Orocó, Raimundo Nonato nasceu cego por conta de uma retinose pigmentar, mas sempre gostou de jogar bola com os amigos. O futebol de cegos entrou em sua vida aos 23 anos. Depois de grandes atuações nos jogos paralímpicos de Tóquio (2021) se consolidou como o melhor jogador brasileiro de futebol de cegos e, pra muitos, o melhor do mundo. Nonato conquistou o bronze na Copa do Mundo em Birmingham 2023, tricampeão dos Jogos Paralímpicos (Tóquio 2020, Rio 2016 e Londres 2012), prata na Copa América 2022, ouro no Grand Prix México 2022, ouro no Desafio das Américas 2022, tricampeão nos Jogos Parapan-Americanos (Santiago 2023, Lima 2019 e Toronto 2015), ouro na Copa América 2019, em São Paulo, e bicampeão Mundial (Madri 2018 e Japão 2014).

A recifense Moniza Aparecida de Lima descobriu o goalball no Instituto de Conhecimento da Bahia (ICB)em 2013 por indicação de um professor. Foi convocada pela primeira vez em 2017 e conquistou medalha de prata na Copa América. No ano seguinte conquistou a medalha de bronze no Campeonato Mundial (Malmo) em 2018, e em 2022, medalha de ouro no Campeonato das Américas. A atleta nasceu com glaucoma.

Phelipe Andrews Melo Rodrigues enfrentou várias cirurgias para correção de um problema no pé. Como forma de reabilitação, passou a ter aulas de natação e se apaixonou pelo esporte. Já com 15 anos, conquistou o 3º lugar no campeonato brasileiro juvenil de natação e aos 17 anos passou a competir na modalidade paralímpica. Em menos de seis meses, já estava competindo nos Jogos de Pequim 2008 e desde então integra a elite nacional da natação paralímpica. Phelipe conquistou oito medalhas no ParapanAmericano de Lima, 2019, se tornando o maior medalhista do Brasil na competição. São oito medalhas paralímpicas, 20 em Mundiais e 22 em Parapans.

Erick Matheus da Silva Lima praticava tênis de mesa até ser apresentado ao remo por seu irmão, que já era praticante da modalidade. Em 2013, começou a competir em alto rendimento pelo remo. No ano seguinte, foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira. Foi bicampeão mundial em 2022 e 2024, campeão brasileiro em 2023, e vice-campeão indoor nos Estados Unidos 2015.

Gabriel Mendes de Souza, natural de São Lourenço da Mata, começou a praticar o remo aos 13 anos, por indicação de um amigo, que já era praticante da modalidade. Foi convocado para a seleção brasileira pela primeira vez em 2022. Principais conquistas: Bicampeão brasileiro; e prata na etapa de Varese (ITA) da Copa do Mundo 2024.

Maria Carolina Santiago nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico. Ela é a atual recordista mundial dos 50m livre, com 26s65, registrados em Manchester 2023.

BOLSA ATLETA

O Bolsa Atleta é um dos maiores programas de patrocínio individual de atletas no mundo. Desde sua criação em 2005 até junho de 2024, já foram investidos R$ 1,77 bilhão em seus beneficiários. Até hoje, 37.595 atletas foram contemplados, e 105 mil bolsas foram concedidas.

O programa garante condições mínimas para que atletas de alto desempenho — que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais — possam se dedicar, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e às competições locais, sul-americanas, panamericanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas.

A categoria Bolsa Pódio, a mais alta do programa, começou a ser paga a partir de 2013. Ela prevê repasses de até R$ 16.629,00 mensais e é destinada a atletas com grandes chances de conquistar medalhas em eventos internacionais, posicionados entre os 20 melhores do ranking mundial em suas modalidades.

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