Países da ONU pedem subsídio para irem à COP30, mas governo nega

Alguns países da ONU (Organização das Nações Unidas) pediram ao governo brasileiro que subsidiasse suas hospedagens para a COP30, que será em Belém no fim do ano. A sugestão foi feita em reunião do bureau da UNFCCC (Organização das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas) nesta 6ª feira (22.ago.2025), segundo a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.

Ela declarou que a ideia foi negada pelo Brasil, que alegou já ter gastos altos com o evento e que não poderia ajudar nesse sentido. Os altos preços de hotéis na capital paraense são uma questão para os países de 2 grupos da ONU: os mais pobres e de pequenas ilhas.

O Brasil se comprometeu a fazer uma força-tarefa com esses 72 países para individualmente procurar uma solução para que eles tenham hospedagem, desde que não envolva dinheiro público. Em outra frente, os brasileiros apoiaram iniciativa para que a ONU aumente os preços das diárias dos participantes para cerca de US$ 250.

“Então, não cabe, do nosso ponto de vista, do governo brasileiro, não cabe aos brasileiros fazerem subsídio a outros países. Então, isso a gente deixou claro […] Além disso, nos propusemos, junto com os países, a fazer outras buscas de se é possível ter outras ajudas para subsidiar, desde que não seja recurso público”, disse a secretária-executiva em entrevista a jornalistas.

No fim de julho, países convocaram uma reunião extraordinária do bureau para pedirem que a sede da COP30 fosse alterada de Belém (PA). A informação foi confirmada pelo presidente da COP30, André Corrêa do Lago, dias depois.

O diplomata afirmou que, enquanto em outras edições da COP os hotéis cobraram o dobro ou o triplo do valor habitual, em Belém, as diárias estão até 10 vezes acima do normal.

Nesta sexta-feira (22), o governo voltou a dizer que não há chance de trocar a sede do evento pelo investimento já feito.

“Acho que esse é um fator importante de reafirmação do governo brasileiro em relação a isso, a definição da cidade-sede é do governo brasileiro e estamos em um momento em que não é possível reverter isso”, disse Miriam.

Apesar do esforço logístico, o alto custo das diárias preocupa líderes de países em desenvolvimento.

“Há, de fato, uma revolta com essa insensibilidade, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento —os de menor grau de desenvolvimento relativo— por conta dos preços abusivos que estão sendo cobrados”, disse Corrêa do Lago.

Esse grupo de países recebe uma verba fixa de pouco mais de US$ 100 da ONU para participar da COP, já incluindo a hospedagem e a alimentação. Eles acusam o Brasil de não promover um evento inclusivo, que é uma das principais propostas do encontro.

Corrêa do Lago, entretanto, reafirmou a posição brasileira de fazer o evento climático na Amazônia. Disse não haver plano B para isso. “Vou deixar bem claro. A COP vai ser em Belém. O encontro de chefes de Estado vai ser em Belém. E não há nenhum plano B”, afirmou em conversa com jornalistas.

Segundo ele, a secretaria da COP30, que é ligada à Casa Civil, está procurando alternativas para conseguir mais quartos a preços de US$ 40 a US$ 70. Essa é a demanda dos países mais pobres da ONU, que recebem diárias pouco maiores que US$ 100 para se hospedar e se alimentar durante a conferência.

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