Mulheres ganham 9,93% a menos que homens em Pernambuco, revela 2º Relatório de Transparência Salarial

Documento reúne informações de 1.545 empresas pernambucanas com 100 ou mais funcionários. No país como um todo, as mulheres ganham 20,7% a menos do que os homens

As mulheres ganham 9,93% a menos do que os homens em Pernambuco. No estado, a remuneração média dos homens é de R$ 2.963,63, enquanto a das mulheres é de R$ 2.669,28. É o que aponta o 2º Relatório de Transparência Salarial, documento elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres com o recorte de gênero, a partir dos dados extraídos de informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários, exigência da Lei nº 14.611/2023.

A Lei de Igualdade Salarial determina a equiparação de salários entre mulheres e homens em situações nas quais ambos desempenham funções equivalentes (ou seja, quando realizam o mesmo trabalho, com igual produtividade e eficiência). Em Pernambuco, a diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença é de 25,7%.

No total, 1.545 empresas pernambucanas responderam ao questionário. Juntas, elas somam 570,3 mil pessoas empregadas. O 2º Relatório foi apresentado na última quarta-feira, 18 de setembro. Em março, o primeiro relatório indicou que, em média, as mulheres recebiam 88,9% do salário pago aos homens no estado, ou 11,1% a menos. No primeiro ciclo, 1.509 empresas enviaram informações referentes a 562,9 mil pessoas empregadas.

No recorte por raça, o segundo relatório aponta que o número de mulheres negras é bem maior que o de mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 132,9 mil e 68,2 mil, respectivamente.

Contudo, mulheres negras recebem, em média, 24,5% a menos que as não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença de remuneração média é de 25,8%.

O documento registrou que, em Pernambuco, 50,5% das empresas possuem planos de cargos e salários; 35,3% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; 36,8% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência e 27,1% adotam incentivos para contratação de mulheres negras. Em relação ao incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 20,4% dos estabelecimentos contam com a política.

O relatório também apresenta informações que indicam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

“As mulheres negras estão concentradas na base da pirâmide, principalmente serviços domésticos, serviços de limpeza, serviços de alimentação, de saúde básica, nos serviços públicos e nas atividades de gerenciamento e direção” – Paula Montagner, Subsecretária de Estatísticas e Estudos do Ministério do Trabalho e Emprego.

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