Capacitações, investimentos em infraestrutura e ações de valorização da produção ampliam o acesso a mercados e geram novas oportunidades para famílias agricultoras
Brasília (DF) – No Dia Mundial da Alimentação, celebrado em 16 de outubro, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) destaca o papel estratégico do Programa Rotas de Integração Nacional no fortalecimento da produção de alimentos em diversas regiões do país. A iniciativa promove o desenvolvimento sustentável de cadeias produtivas essenciais para a segurança alimentar, a geração de emprego e renda e o fortalecimento da agricultura familiar.
Coordenado pelo MIDR, o programa reúne cadeias produtivas com forte potencial regional, como Avicultura Caipira, Cacau, Cordeiro, Fruticultura, Leite, Mel e Pescado. Por meio de capacitações, investimentos em infraestrutura e ações de valorização da produção, as Rotas ampliam o acesso a mercados e geram novas oportunidades para famílias agricultoras em todas as regiões do país. “Nosso objetivo é estruturar e fortalecer as cadeias produtivas locais, promovendo desenvolvimento territorial, inclusão socioeconômica e segurança alimentar para a população”, afirma o secretário Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, Daniel Fortunato.
Rota da Fruticultura: valor agregado e renda no campo
Criada em 2021, a Rota da Fruticultura já recebeu mais de R$ 20 milhões em investimentos do MIDR, beneficiando mais de 3 mil produtores em 150 municípios de Alagoas, Ceará, Goiás, Distrito Federal e, mais recentemente, do Rio Grande do Sul. A produção anual chega a cerca de 30 mil toneladas de frutas e derivados — como polpas, doces, geleias e sucos — fortalecendo a agricultura familiar e estimulando a agroindustrialização.
Atualmente, seis polos estruturados estão em operação. Em Goiás, por exemplo, os polos contam com capacitação técnica, infraestrutura e ações de valorização da produção de jabuticaba, abacaxi, manga, goiaba e melancia, dinamizando a economia local e gerando novas oportunidades de negócios.
Rota do Açaí: tradição amazônica com valor agregado
Originário da Amazônia, o açaí ganhou projeção nacional e internacional por seu alto valor nutricional e sabor característico. A Rota do Açaí estimula a organização produtiva, agrega valor aos produtos e amplia o acesso dos agricultores familiares ribeirinhos a mercados diversificados. Predominantemente extrativista, essa cadeia produtiva é fundamental para a inclusão produtiva e para a valorização dos modos de vida tradicionais da região amazônica.
Rota do Cacau: geração de empregos e desenvolvimento regional
A cadeia produtiva do cacau e chocolate é estratégica para o desenvolvimento regional, envolvendo produtores, transportadores, comerciantes e beneficiadores. No Pará, a Rota do Cacau reúne esforços do MIDR, Ceplac, Embrapa, Sudam e cooperativas locais. A iniciativa fortalece a produção, fomenta a verticalização da cadeia e gera empregos e renda para as comunidades locais.
Rota do Mel: presente em 13 estados
Desde 2019, o MIDR já investiu R$ 13,7 milhões na estruturação da cadeia da apicultura e meliponicultura, beneficiando cerca de 2,3 mil produtores responsáveis por uma produção anual de 24,1 mil toneladas de mel e derivados — como própolis, pólen, cera de abelha e geleia real.
A rota está presente em 14 polos estruturados, distribuídos por 13 estados e 370 municípios, com forte presença no semiárido nordestino. Além de gerar renda, a iniciativa contribui para a conservação ambiental, já que as abelhas têm papel essencial na polinização de diversas culturas agrícolas.
Rota do Pescado: potencializando vocações locais
No Amapá, um novo eixo da Rota do Pescado foi lançado para estruturar e fortalecer as cadeias produtivas da pesca na Amazônia. A ação integra desenvolvimento territorial, capacitação e acesso a mercados, com destaque para a inclusão da pesca esportiva como atividade complementar — unindo turismo, conservação ambiental e geração de renda.
No Nordeste, polos em Sobradinho (BA) e no Sistema Itaparica (BA/PE) organizam a produção e fortalecem a aquicultura familiar. Segundo o Boletim RGP, o Brasil possui mais de 1 milhão de pescadores registrados, majoritariamente artesanais — público prioritário das ações apoiadas pelo MIDR.
“O que estamos fazendo é dar ferramentas para que os pescadores e pescadoras possam continuar seu ofício com dignidade, segurança e oportunidades reais de crescimento”, destaca Daniel Fortunato.
Rota da Avicultura Caipira: alimentos de qualidade e valorização local
No semiárido nordestino, a galinha caipira é uma das poucas espécies domésticas que resiste aos períodos de seca, garantindo alimento e renda às famílias com ovos e carne. Apesar de sua importância social e econômica, a avicultura caipira ainda recebe pouca visibilidade no cenário agrícola nacional.
Para mudar esse quadro, o MIDR criou a Rota da Avicultura Caipira, que fortalece a produção local com capacitação técnica e acesso a equipamentos, diversifica a produção alimentar e melhora a qualidade dos produtos ofertados no mercado regional. A iniciativa estimula a produção sustentável e contribui para a geração de renda no campo.
Rota do Leite: qualidade, valor agregado e permanência no campo
A Rota do Leite oferece apoio técnico, capacitação e integração entre cooperativas e produtores locais. O trabalho em rede melhora a qualidade do leite, agrega valor ao produto e amplia o acesso a mercados.
“A Rota permite essa interação entre os produtores, estimula o associativismo e o cooperativismo. Com isso, ganhamos visibilidade e conseguimos melhorar nossa renda”, relatam produtores participantes da iniciativa.
Com foco em pequenos e médios produtores, a Rota fortalece uma cadeia estratégica para o desenvolvimento regional. O Brasil é o maior produtor de leite da América do Sul e um dos maiores do mundo, com alto potencial de geração de emprego e renda, especialmente em regiões de baixa renda.
Rota do Cordeiro: integração e oportunidades no semiárido
Com oito polos estruturados, a Rota do Cordeiro fortalece a cadeia da caprinovinocultura em estados como Rio Grande do Sul, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia. A iniciativa promove a organização e qualificação dos criadores, incentiva a produção e comercialização e otimiza os processos de reprodução, crescimento e engorda dos animais, com assistência técnica adequada para o semiárido.
Integração com o PAS Nordeste: alimentação saudável e desenvolvimento sustentável
O compromisso do MIDR com a segurança alimentar também se reflete na participação do ministério no Programa de Produção e Consumo de Alimentos Saudáveis do Nordeste (PAS Nordeste). O programa, desenvolvido em parceria com o Consórcio Nordeste e outros ministérios, busca ampliar a produção e o consumo de alimentos saudáveis, fortalecer a agricultura familiar e promover o desenvolvimento sustentável e solidário no semiárido.
Entre as atribuições do MIDR previstas no Acordo de Cooperação Técnica estão a disponibilização de dados sobre as cadeias produtivas da região, a integração dos programas Rotas de Integração Nacional e Cidades Intermediadoras com os territórios do PAS Nordeste, o estímulo à elaboração de Planos de Dinamização Econômica e a criação de mecanismos de captação de recursos para financiar ações locais.
As ações em curso incluem o mapeamento de cadeias produtivas estratégicas como: Avicultura Caipira, Cacau, Cordeiro, Fruticultura, Leite, Mel e Pescado e o apoio à organização da produção, à inovação e à modernização tecnológica nos territórios. Essas iniciativas reforçam o compromisso do MIDR com a geração de renda, a valorização da sociobiodiversidade e o fortalecimento da economia regional, promovendo inclusão social e sustentabilidade no Nordeste.
Segurança alimentar e desenvolvimento regional caminhando juntos
Com ações articuladas em todo o país, as Rotas de Integração Nacional são um instrumento estratégico de desenvolvimento territorial. Ao apoiar cadeias produtivas alimentares, o MIDR fortalece a segurança alimentar, gera emprego e renda e promove a inclusão produtiva, valorizando as vocações regionais e fortalecendo a agricultura familiar.
Assessoria de Comunicação Social do MIDR