Presidente Lula enfrenta uma crise de impopularidade sem precedentes, nunca vista antes desde a redemocratização do Brasil. Agora que o carnaval e o frenesi do Oscar já passaram, todas as atenções do governo estão voltadas para a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não é por menos, Lula é rejeitado até por quem já mais votaria em Bolsonaro. Uma realidade nua e crua do atual cenário político.
O petista enfrenta o pior cenário em seus três mandatos: ele é mais rejeitado, inclusive, do que quando enfrentou o escândalo do mensalão em seu primeiro governo — um dos maiores casos de corrupção da história brasileira. São 24% de aprovação, segundo pesquisa DataFolha divulgada em 14 de fevereiro, contra 28% entre outubro e dezembro de 2005. Nessa última pesquisa, o índice de rejeição foi a 41%.
Lula tem pressa nesse reencontro com a popularidade, afinal de contas, as eleições estão bem aí. Presidente que chega à marca histórica de 3 mandatos eleitos, pode tentar a reeleição e amargar uma vergonhosa derrota. Por essa razão, Lula já decidiu que vai começar de vez a reforma ministerial, tudo isso para tentar diminuir os índices de rejeição. Lula perde popularidade até no Nordeste, região que o fez presidente novamente.
A mais recente pesquisa divulgada, em 26 de fevereiro, foi a da Genial/Quaest, a reprovação de Lula supera a aprovação nos oito estados brasileiros avaliados, que respondem juntos por 62% dos eleitores. A reprovação de Lula está mais alta até em estados onde o petista ganhou com significativa vantagem em 2022, como Bahia (51%) e Pernambuco (50%). Em São Paulo (69%), Minas Gerais (63%) e Rio de Janeiro (64%).
Lula já promoveu duas mudanças em sua equipe de governo, essas para atender apenas desejos pessoais e ordem interna do PT. Padilha e Gleisi não são vistos com bons olhos pelos aliados do governo. Outro nome a ser anunciado nos próximos dias é o do deputado Guilherme Boulos (Psol-SP). Lula já havia mudado sua equipe de comunicação, demitindo o ungido de Janja e colocando seu marqueteiro de campanha.
Até agora, o presidente não deu sinais de que o Centrão vai ter mais espaço no governo, o que já começa a irritar alguns aliados da base no Congresso Nacional. As duas últimas escolhas de Lula, Alexandre Padilha para a saúde e Gleisi Hoffman para a articulação política, não agradaram ninguém. Até correligionários do petista ficaram com o pé atrás da orelha, uma vez que a deputada paranaense tem perfil de agressividade.