Um dos autores mais lidos do Brasil, o escritor estava internado havia três semanas em um hospital de Porto Alegre
Morreu neste sábado (30), aos 88 anos, o escritor, cronista e humorista Luís Fernando Verissimo. Um dos mais importantes e populares autores brasileiros do último século, ele estava internado na UTI de um hospital em Porto Alegre, sua cidade natal, com princípio de pneumonia.
Verissimo, que completaria 89 anos em setembro, enfrentava uma série de complicações de saúde nos últimos anos. Ele sofria da doença de Parkinson e, em 2021, teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que deixou sequelas severas, afetando sua capacidade de falar e escrever. Antes disso, em 2020, havia passado por uma cirurgia para tratar um câncer ósseo na mandíbula.
Filho do também icônico escritor Erico Verissimo, Luís Fernando construiu uma carreira literária distinta e massivamente popular. Ao longo de mais de 60 anos, publicou mais de 70 livros, que somam 5,6 milhões de cópias vendidas, e se tornou um dos cronistas mais lidos do país, com colunas publicadas em jornais como “O Estado de S.Paulo”, “O Globo” e “Zero Hora”. Sua trajetória na imprensa começou justamente no jornal gaúcho, onde foi revisor em 1966, anos antes de lançar seu primeiro livro, “O Popular”, em 1973.
Destaque para as coletâneas de crônicas, como a célebre série “Comédias da Vida Privada”, que foi adaptada para a televisão com grande sucesso nos anos 90. Sua galeria de personagens incluem O Analista de Bagé, a Velhinha de Taubaté, o detetive Ed Mort e os tipos da Família Brasil.
Com um texto que transitava com maestria entre a comédia, a análise política e a observação de costumes, Verissimo se tornou um cronista lido por milhões de pessoas em jornais de todo o Brasil.
Além da literatura, era um notório apaixonado por jazz, paixão que exercitava como saxofonista da banda Jazz 6. Luis Fernando Verissimo deixa a esposa, três filhos e um legado como mestre da crônica brasileira.