Blog do Didi Galvão
No coração do sertão pernambucano, nasceu, em 11 de julho de 1901, um visionário da comunicação: João Ferreira Gomes, o inesquecível Joãozinho do O Pharol. Filho de Major Mariano Ferreira Gomes e Maria Nunes Coelho, cresceu entre histórias e sonhos que, mais tarde, se transformariam em palavras impressas para marcar a história de Petrolina e do Vale do São Francisco.
Desde cedo, Joãozinho revelou sua paixão pela leitura e pelo jornalismo. Aos 13 anos, fundou seu primeiro jornal manuscrito, o Correio da Infância, inspirado na simbologia do farol como guia para navegantes e cidadãos. Apenas dois anos depois, em 10 de setembro de 1915, nasceu O Pharol, um pequeno periódico que, com o tempo, se consolidaria como o mais antigo e respeitado jornal do Vale do São Francisco.
Durante mais de sete décadas, O Pharol iluminou os caminhos da informação, narrando os grandes marcos da história regional e nacional: as Grandes Guerras, a construção da catedral de Petrolina, o êxodo rural, a Ponte Presidente Dutra e os avanços econômicos da cidade. Mais do que um veículo de comunicação, tornou-se um guardião da memória coletiva.
O talento e a dedicação de Joãozinho renderam-lhe reconhecimentos notáveis, como a Medalha de Mérito Cultural Oliveira Lima, em 1985. Para além das páginas impressas, seu legado se perpetuou no CD-ROM O Pharol – Tempo, Imagem & Memória, um projeto acadêmico que registra a importância do jornalismo sertanejo na construção da identidade local.
Joãozinho foi mais do que um jornalista; foi um homem público comprometido com sua cidade, chegando a exercer o cargo de vereador. Escreveu suas notícias à luz de velas, quando Petrolina ainda não tinha eletricidade, sempre movido por um único propósito: levar a verdade ao seu povo.
Em 1986, afastou-se do jornal por motivos de saúde. Mudou-se para Cachoeiro de Itapemirim (ES), onde viveu seus últimos anos ao lado da família. Faleceu em 19 de janeiro de 1993, aos 91 anos, mas sua história jamais se apagará.
Hoje, no Dia do Jornalista, faço esta homenagem a Joãozinho do O Pharol, um pioneiro da imprensa sertaneja, um homem cuja trajetória nos ensina que a comunicação é um farol para a sociedade. Que sua luz continue guiando os apaixonados pelo jornalismo e pela verdade.
— Randel Protasio
