O Exército de Israel afirmou na noite desta sexta-feira (25/10, horário de Brasília) que está fazendo “ataques direcionados contra alvos militares” no Irã.
A mídia estatal iraniana afirmou que várias explosões foram ouvidas na capital, Teerã. Ainda não se sabe exatamente que pontos foram atingidos.
Desde ataques iranianos contra Israel com 200 mísseis em 1º de outubro, era esperada alguma retaliação por parte de Tel Aviv.
A Casa Branca afirmou “entender” que Israel está conduzindo os ataques em autodefesa e em resposta à ofensiva do Irã no início de outubro. Mas uma fonte do Pentágono garantiu que os EUA não têm participação no ataque, embora tenham sido informados previamente sobre os planos de Israel.
As forças israelenses afirmaram que, “como qualquer outro país soberano do mundo”, o país teria “o direito e o dever de responder” a ataques que “o regime do Irã e seus representantes na região” têm realizado contra Israel desde 7 de outubro de 2023.
Nessa data, o grupo palestino Hamas realizou vários ataques a Israel, matando aproximadamente 1.200 pessoas e levando cerca de 250 reféns para Gaza.
Desde então, em retaliação, os ataques de Israel ao território palestino já deixaram mais de 42.840 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Daniel Hagari, gravou um vídeo anunciando os ataques contra o Irã nesta sexta.
Behnam Ben Taleblu, membro sênior da Fundação para a Defesa das Democracias, afirmou à BBC que enquanto o regime iraniano tenta passar mensagens e imagens de tranquilidade, a população está demonstrando muito receio nas redes sociais.
Ainda não está claro se Israel está mirando apenas as instalações que fabricam e guardam mísseis, ou toda a rede aeroespacial iraniana.
“Com base nos alvos que estamos vendo até agora, foi algo projetado para neutralizar — mas não destruir — a ameaça iraniana de mísseis de longo alcance”, disse Taleblu.
As agências de notícias Reuters a AFP relataram que, de acordo com a TV estatal da Síria, também foram ouvidas explosões perto da capital, Damasco. Os alvos seriam bases militares, mas os mísseis teriam sido interceptados pela defesa síria.
Israel ainda não se manifestou sobre a situação na Síria.
Um conflito que se expande
Nas últimas semanas, o conflito escalou em direção ao Líbano, onde Israel realiza ofensiva contra o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, assim como o Hamas.
“Nossas capacidades defensivas e ofensivas estão totalmente mobilizadas”, disse o e o exército israelense nessa sexta-feira.
“Faremos o que for necessário para defender o Estado de Israel e o povo de Israel.”
Desde os ataques de 7 de outubro de 2023, analistas e governos de todo o mundo expressaram preocupação de que o conflito pudesse provocar uma reação em cadeia na região — e um confronto aberto e direto entre iranianos e israelenses.
Em 1º de abril deste ano, um ataque aéreo israelense ao consulado do Irã na Síria matou dois generais de alto escalão.
No que pareceu uma retaliação, o Irã atacou Israel com drone e mísseis em 13 abril.
No início de outubro, a Guarda Revolucionária do Irã novamente atacou Israel com mísseis, e descreveu o ataque como uma retaliação pelo assassinato em julho do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, assim como do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em setembro.
Em meados de outubro, Israel matou o líder do Hamas, Yahya Sinwar, em Gaza.
Fonte: BBC