Blog do Didi Galvão
Um ano após a promulgação da Constituição Federal, brasileiros vão as urnas para eleger seu Presidente pelo voto democrático. O País viveu 20 anos sob o governo do Regime Militar, sendo o General Figueiredo o ultimo Presidente do Regime. No ano de 1989 os brasileiros viviam a expectativa de que um Presidente eleito resolveria todos os problemas, decorrentes da crise na economia do então governo do Presidente José Sarney.
O ano de 1989 não foi nada fácil para o povo brasileiro, sem falar na alta desconfiança ao então Presidente José Sarney. Aí vem a Rede Globo e coloca no ar a novela ‘O Salvador da Pátria’, tendo como personagem principal o boia-fria, Sassá Mutema. Proposito principal da Globo era de chamar a atenção dos brasileiros para questões politica, com isso leva-los a votar em alguém com características de ‘Salvador da Pátria’.
A trama do horário nobre da Rede Globo foi escrita por Lauro Cezar Muniz e tendo como personagem principal o consagrado ator Lima Duarte, o carequinha das 8 horas era o queridinho das famílias brasileiras. Naquela época a Globo conseguia uma espetacular audiência, a novela era uma vontade de comer o bom de uma Nação. No desgoverno de Sarney, o povo tinha mesmo era vontade de comer o melhor de uma República.
A novela da Globo teve inicio em janeiro de 1989 e terminou em agosto do mesmo ano, tempo suficiente para mostrar ao povo qual o perfil do futuro Presidente da República. Nesse mesmo período a Globo apresentava ao Brasil o caçador de Marajás, o alagoano Fernando Collor de Mello surgia como alguém que seria o ‘Salvador da Pátria’ brasileira. Não deu outra: juntou a fome com a vontade de comer, então Collor foi eleito Presidente do Brasil.
Olhando para as cenas da vida real que envolve os personagens de uma trama chamada Brasil, é possível perceber que estamos assistindo uma nova versão da novela global ‘O Salvador da Pátria’. Personagem principal é outro carequinha, esse com poder absoluto para fazer o que quer. ‘O Salvador da Pátria’ da vida real, tem poderes pra mandar prender e mandar soltar. Tem tanto poder que é de dar inveja a qualquer Putin da Rússia.
O que é mais estranho em tudo isso ou simplesmente ironia do destino, está na origem politica do atual ‘Salvador da Pátria’. O destemido Alexandre de Moraes, foi apadrinhando politicamente pelo atual vice-presidente da República Geraldo Alckmin. Sendo que, o incansável defensor da democracia, que luta incansávelmente contra os golpistas, chegou ao posto de ministro do Supremo Tribunal Federal, pelas mãos do homem que é considerado golpista pelo atual governo.
