Após participar de um culto na Comunidade das Nações, neste domingo (7/12) em Brasília, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) concedeu uma coletiva de imprensa em que detalhou os bastidores da decisão de lançar a candidatura à Presidência.
Ele afirmou que o anúncio foi feito no momento em que Jair Bolsonaro “se sentiu mais confortável” para pedir que ele assumisse a missão. Segundo o senador, pai e filho já discutiam a possibilidade havia semanas. “A decisão dele não foi só na terça-feira. A gente já vinha conversando. Ele me perguntou algumas vezes se eu toparia colocar o meu nome para disputar, sabendo da dificuldade. Eu dizia que estava na mão de Deus”, afirmou.
Segundo o senador, existe “preço” para ele desistir da candidatura, mas se recusou a explicar. “Tem possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho preço para isso. Mas só falo amanhã. Quero que vocês fiquem pensando no preço”, provocou, olhando para as câmeras. Diante da insistência, voltou a ironizar: “Quem dá mais? Quem dá mais?”.
Flávio disse que agora inicia a etapa de estruturar o plano de governo e buscar aliados. “É trazer as pessoas certas para o nosso lado, começar a colocar no papel aquilo que a gente pretende para o Brasil. Porque vocês não vão escolher só uma pessoa, vão escolher um caminho para os próximos quatro anos”, declarou. O parlamentar voltou a criticar o governo atual, que classificou como responsável por um “rumo de tragédia anunciada”.
Questionado sobre a reação negativa do mercado ao seu nome, respondeu que considera natural. “Assim como o mercado, eu também tenho a convicção de que mais quatro anos o Brasil não aguenta. Mas eles fazem uma análise precipitada. Com a exposição que vocês vão me dar, vão conhecer um Bolsonaro diferente: mais centrado, que conhece Brasília e quer pacificação”, afirmou, acusando o governo de Lula de “perseguir opositores e alimentar a discórdia”.
Sobre eventuais divisões na direita, Flávio negou que exista fragmentação e citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como aliado prioritário. “A primeira pessoa com quem eu quis conversar foi o Tarcísio. A reação dele foi exatamente a que eu teria se fosse o contrário. Para mim, ele é o principal cara do nosso time hoje”, disse. Ele afirmou esperar que a direita amplie sua vantagem em São Paulo em 2026 e defendeu unidade: “Não importa quem estará na cabeça da chapa. A gente vai estar junto para tirar o Brasil do caminho errado”.
O senador pediu que a imprensa também acompanhe o debate sobre a anistia, tema que quer ver pautado ainda esta semana. “Espero que a gente paute essa semana a anistia. Espero que os presidentes da Câmara e do Senado cumpram o que eles prometeram, que pautariam a anistia, e deixem o pau cantar no voto no plenário, que é o que a gente sempre quis”, disse.
Blog do Didi Galvão

