As doenças periodontais, infecções que afetam a gengiva e o osso de suporte dos dentes, são fatores de risco para as principais enfermidades que acometem a população mundial: doenças cardiovasculares e o diabetes.
Estudos recentes revelam que tem sido cada vez mais frequente a abordagem integrada da odontologia e medicina na busca e entendimento das conexões entre as doenças. As complicações, invariavelmente surgem com o acúmulo de placa bacteriana na superfície dos dentes e gengivas. Na sequência, as bactérias periodontais entram na corrente sanguínea e aumentam os níveis dos mediadores inflamatórios, provocando o risco cardiovascular.
De todas as doenças periodontais, a periodontite é certamente a de maior poder destrutivo do aparelho de suporte dos dentes e também a que apresenta a ligação de mão dupla mais forte com o diabetes. A presença de doença periodontal pode dificultar o controle glicêmico em pacientes com diabetes, aumentando o risco de complicações, a exemplo de neuropatia, retinopatia e doença renal.
De acordo com a cirurgiã-dentista e especialista em Periodontia pela UNESP-SP, Silvia Borges, o primeiro passo para evitar as doenças periodontais é a prevenção, através de um rigoroso controle de higiene bucal e das visitas frequentes ao dentista. “O diagnóstico baseia-se em um exame clínico com inspeção e exploração do periodonto, além de avaliações radiográficas. O tratamento, feito no consultório odontológico, se dá com uma série de procedimentos para a total desinfecção oral, seguido de um programa de manutenção periodontal e orientações para um rigoroso cuidado domiciliar de higiene bucal. Casos avançados podem requerer antibióticos e cirurgia”, ressaltou.
Silvia Borges, que também é especialista em Implantodontia, pela ABO Bahia, alerta ainda que a periodontite também pode estar relacionada a doenças não transmissíveis, a exemplo de obesidade, diversos tipos de câncer, artrite reumatoide e complicações da gravidez. “O tratamento e a prevenção eficazes das doenças periodontais não só melhoram a saúde bucal, mas também podem ter um impacto significativo na saúde geral. Investir em uma abordagem multidisciplinar na saúde pode levar a melhores resultados para os pacientes, promovendo uma vida mais saudável e de qualidade”, concluiu a especialista.
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