No dia em que chega ao fim licença pedida por ele na Casa, deputado federal afirma que vai continuar com o cargo nos Estados Unidos e que pode se apresentar como opção para chefiar o país
Materia do Correio Braziliense
Em live transmitida neste domingo (20/7), mesmo dia em que termina a licença de 122 dias pedida por Eduardo Bolsonaro do trabalho na Câmara dos Deputados, o parlamentar deixou claro que não vai fazer “nenhum tipo de renúncia” e que vai continuar com o cargo “pelo menos até os próximos três meses”, mesmo estando nos Estados Unidos.
Ao exibir para as pessoas que assistiam à transmissão ao vivo matéria que tinha por objetivo explicar de que forma ele “pode ficar inelegível se não voltar ao Brasil”, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro procurou esclarecer algumas informações a respeito dos próximos passos dele.
“De cara adianto para vocês, eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia”, disse. “Se eu quiser, eu consigo levar o meu mandato pelo menos até os próximos três meses.”
Alvo de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na Polícia Federal (PF), corporação pela qual atuou, o parlamentar pode se tornar inelegível se a pena da ação à qual responde seja a demissão. Neste caso, Eduardo não poderia ser eleito por oito anos.
Segundo ele, tudo isso faria parte de “estratégia do pessoal” de “perseguição”. Por isso, reforça que não pode retornar ao Brasil e se considera “exilado” nos Estados Unidos. Ao lado da filha, que interrompe a live algumas vezes, Eduardo proclama: “Vocês acham mesmo que eu vou forçar a minha família a me visitar numa cadeia? Prefiro morrer aqui no exílio”.
Por diversas vezes ao longo da transmissão, o filho de Bolsonaro ameaça o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que julga processo no qual ele é investigado, afirmando que o objetivo é tirá-lo da Corte. “Eu estou disposto a me sacrificar para levar essa ação adiante.”
Reforça, também, que o recado de “vingança” passado em falas anteriores foi direcionado ao magistrado e o chama de “psicopata”. “Eu queria ter a certeza de que ele soubesse que a gente não vai recuar”, afirma. “Quando eu falo a gente é porque eu não trabalho sozinho, tá?”
Ao intimidar Gilmar Mendes, Eduardo, que se considera parte da “quadrilha do Marco Rubio (secretário de Estado dos EUA)”, ao lado de Trump, diz: “Eu não ia querer ter uma pessoa tão bem relacionada, modéstia à parte, igual a mim, na minha bota até o final da minha vida”.
Ele defende que o presidente americano “só está dando o devido tratamento” ao Brasil, a que chama de “ditadura”: “Graças a Deus ele está fazendo isso agora”. Afirma, também, que não gostaria que as coisas tivessem chegado a esse ponto, mas que o país estaria “colhendo os frutos” das elites.
O deputado reitera que não está preocupado com o fato de as críticas poderem abalar a popularidade dele, e diz que pode “se apresentar para os cargos de senador, talvez até presidente”.
Ao fim, convoca apoiadores: “Talvez está chegando a hora de a gente voltar para as ruas, com ou sem Jair Bolsonaro”.