Até então a única aposta para 2026 é de que o Governo de Pernambuco será disputado entre Raquel Lyra e João Campos, Raquel tentando a reeleição e João renunciando a prefeitura para arriscar o retorno do PSB ao comando do Palácio do Campo das Princesas. Por incrível que pareça, bem diferente de 2022 quando teve ao menos 5 candidaturas bem competitivas, em 2026 o cenário é de polarização entre a governadora e o PSB de João Campos.
Numa possível disputa entre a governadora e o prefeito do Recife, Raquel entra amparada pela Constituição e não precisa renunciar a nada. Já o prefeito do Recife que foi reeleito em 2024, querendo entrar na disputa terá que abrir mão de 2 anos e 6 meses do mandato. Lembrando que até então dois prefeitos do Recife chegaram ao cargo de Governador após renunciar a prefeitura, que foram Miguel Arraes em 1962 e Joaquim Francisco em 1990.
Raquel é a primeira mulher na história política a chegar ao cargo máximo do Estado. Outro fator que conta em favor de Raquel, ela é a primeira prefeita do interior a se tornar governadora. Na eleição de 2022 três prefeitos renunciaram aos cargos para disputar o governo, além de Raquel Lyra que foi eleita prefeita de Caruaru em 2016 e reeleita em 2020, entraram na disputa Miguel Coelho de Petrolina e Anderson Ferreira de Jaboatão dos Guararapes.
Levando em consideração todos os levantamentos até então realizados em Pernambuco, João teria facilidade para vencer a disputa e chegar a ser Governador do Estado. No entanto, na política nunca faça uma aposta com mais de um ano de antecedência. Tudo o que é visto na atualidade, pode ser apagado e construído um novo cenário. Diante dessa pura realidade, o prefeito do Recife pode pensar duas vezes antes de renunciar.
João Campos ainda é novo e tem todo um futuro pela frente, em dezembro deste ano completa 32 anos de idade. Portanto, a próxima decisão de João vai impactar todo seu futuro político. Não é apenas em relação à eleição de 2026, é em levar adiante o sonho sonhado por Eduardo Campos. Um só passo dado em falso, não há dúvidas de que comprometerá toda uma caminhada. João será bastante cauteloso, analisando todos os cenários.
A eleição de 2026 promete ser bem diferente de todas que os pernambucanos já vivenciaram, a partir da disputa pelo Governo do Estado e das duas vagas de senadores. Se em 2022 o comando do Palácio do Campo das Princesas teve número recorde de competidores, com diferença de menos de 6 pontos percentuais da 1ª colocada para o 5º, ninguém tem dúvidas de que algo parecido vai acontecer na disputa pelo Senado.
O jovem prefeito do Recife, João Campos, atualmente principal líder nacional do seu partido, tem até o mês de maio de 2026 para tomar uma importante decisão. Renunciar o cargo de prefeito da capital e entrar de vez na disputa pelo Governo do Estado, ou, adiar os planos de sentar na cadeira que o pai sentou um dia. Aí vem a pergunta que até então ninguém tem feito: João não sendo o candidato, quem será o candidato de João?
Até agora o prefeito do Recife não fez nenhuma declaração sobre possível candidatura ao Governo de Pernambuco, nunca disse que sim e nunca disse que não. O PSB pode entrar na disputa em busca de manter o protagonismo da política em Pernambuco, a legenda só perdeu duas importantes eleições para o Governo. A primeira foi com Miguel Arraes em 1998, sendo que a segunda a mais recente com Danilo Cabral em 2022.