O número de pernambucanos que se declaram católicos caiu e chegou a 4.599.859 pessoas, o que representa 58,82% da população do estado, de 9.058.931 habitantes. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (6) e fazem parte do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2010, o censo anterior, a parcela católica de Pernambuco era de 65,95% (5.801.397 pessoas). Em 2000, eram 74,52% (5.908.625 pessoas).
Já o total de evangélicos quase dobrou em duas décadas. Em 2022, 1.969.412 pernambucanos afirmaram ser evangélicos, equivalente a 25,18% — ou seja, aproximadamente um em cada moradores do estado.
No censo de 2010, havia 1.788.973 evangélicos (20,34%), e, em 2000, 1.072.503 (13,52%).
O Censo 2022 ainda mostra que 96.380 pernambucanos se declararam espíritas (1,23%). Em 2010, eram 123.798 (1,41%).
Praticantes de umbanda e candomblé saltaram de 10.830 (0,12%) em 2010 para 35.898 (0,46%) em 2022. Em 2000, eram 1.398 (0,02%).
As religiosidades de tradições indígenas em 2022 chegaram a 7.540 seguidores (0,1%) ante 2.225 (0,025%) de 2010.
Outras religiões eram 285.086 (3,65%) em 2022. Em 2010, 146.691 pessoas (1,67%) responderam ao Censo do IBGE dessa forma.
Pessoas sem religião em Pernambuco caíram de 914.954 (10,40%) em 2010 para 812.594 (10,39%) em 2022.
Entre os que não souberam responder ao questionário, a retração foi de 18.619 (0,21%) em 2010 para 13.632 (0,17%) em 2022.
No Censo de 1991, 87,3% dos pernambucanos afirmaram ser católicos; 7,2%, evangélicos; 3,7%, de outras religiões; e 1,8%, não responderam.
O Brasil organiza recenseamento de religiões há cerca de 150 anos. Nesse tempo, destaca a analista responsável pelo tema do IBGE, Maria Goreth Santos, “muita coisa mudou no país e na sociedade como um todo”.
“Em 1872, o recenseador deveria assinalar cada pessoa como ‘cathólico’ ou ‘acathólico’, conforme grafia da época; não havia outra opção de religiosidade. Além disso, a população escravizada era toda contada como católica, seguindo a declaração do senhor da casa”, explicou.
Atualmente, as informações sobre religiões em Pernambuco e no Brasil contemplam variados grupo e subgrupos.
“As transformações sociais têm resultado em modificações na metodologia do Censo ao longo de todas essas décadas. Códigos, banco descritor, estrutura classificatória e incorporação de novas declarações religiosas foram sendo necessários para retratar a diversidade religiosa no Brasil da forma mais fidedigna possível”, completou Maria Goreth.
No Brasil, o número de católicos apresentou o menor percentual da história (56,7%). Em 1872, eram 99,7%. Os evangélicos bateram recorde: 26,9% — em 1890, primeiro censo com esse dado, eram 1% da população.