À primeira vista, o cartão de crédito consignado pode parecer a solução perfeita para suas finanças. Mas, qual a desvantagem do cartão de crédito consignado que poucos te contam? Prepare-se para desvendar os aspectos menos convenientes dessa modalidade, garantindo que sua decisão seja realmente a mais acertada.
O cartão de crédito consignado se tornou uma opção popular no mercado financeiro, especialmente para aposentados, pensionistas do INSS e servidores públicos.
Sua principal atração reside nas taxas de juros supostamente mais baixas e na facilidade de aprovação, já que o pagamento mínimo da fatura é descontado diretamente da folha de pagamento ou benefício.
Contudo, por trás dessa aparente facilidade, existem desvantagens significativas que precisam ser minuciosamente analisadas antes de qualquer contratação. Juros do Rotativo: Um Vilão Disfarçado no Cartão Consignado
Embora o cartão de crédito consignado ostente taxas de juros menores no crédito rotativo quando comparado aos cartões de crédito convencionais, é fundamental entender que “menores” não significa “baratas”.
Se o consumidor não conseguir pagar o valor total da fatura, o saldo remanescente entra no crédito rotativo, e é aí que a dívida pode se tornar uma bola de neve.
As taxas, mesmo que mais baixas, ainda são substancialmente mais altas do que as de um empréstimo consignado, por exemplo.
Muitos usuários, atraídos pela facilidade, acabam utilizando o limite do cartão como se fosse um empréstimo, esquecendo-se da natureza rotativa dos juros. Isso leva a um ciclo de endividamento que, apesar de parecer sutil no início, pode comprometer seriamente o orçamento.
É crucial compreender que o valor descontado em folha é apenas o mínimo obrigatório, deixando uma parcela considerável da dívida sujeita a esses juros elevados.
O Risco do Endividamento Contínuo e a Dificuldade de Sair Dele
A grande armadilha do cartão de crédito consignado reside na sua característica de pagamento automático do mínimo.
Se, por um lado, isso garante que você não se torne inadimplente com o banco, por outro, pode mascarar a dimensão real da sua dívida. Ao ter apenas o valor mínimo descontado, o restante da fatura é automaticamente refinanciado, acrescido de juros e encargos. Esse ciclo contínuo de refinanciamento dificulta enormemente a quitação total da dívida.
Muitos usuários, sem perceber, veem o limite do cartão ser consumido mês após mês, pagando apenas juros e sem amortizar o principal.
A sensação de que “está tudo sob controle” por conta do desconto automático é perigosa e pode levar a um endividamento crônico, tornando a saída dessa situação um desafio complexo.
Cuidado com o Saque Complementar (RMC): Um Empréstimo Disfarçado
Uma das maiores e mais controversas desvantagens do cartão de crédito consignado é a inclusão, muitas vezes tácita, do chamado Saque Complementar ou Reserva de Margem Consignável (RMC).
Essa modalidade permite que o titular do cartão saque parte do limite de crédito em dinheiro. No entanto, o valor descontado em folha referente a esse saque é considerado apenas o pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito, e não a parcela de um empréstimo.
Isso significa que, na prática, você está pegando um empréstimo com juros de cartão de crédito rotativo, mesmo que o desconto pareça o de uma parcela de empréstimo consignado.
O saldo devedor do RMC nunca zera, pois os pagamentos mensais muitas vezes cobrem apenas os juros, perpetuando a dívida. Muitos consumidores só percebem essa cilada anos depois, ao tentar quitar a dívida e descobrir que o valor principal não diminuiu significativamente.
Margem Consignável: O Limite Invisível que Pode Ser Ultrapassado
A Lei do Consignado estabelece um limite para a margem consignável, que é a porcentagem da renda que pode ser comprometida com empréstimos e cartões consignados.
A forma como o cartão de crédito consignado impacta essa margem pode ser um problema. Embora ele ocupe uma parte da margem (geralmente 5% ou 10% adicionais para o cartão), o valor total da dívida do cartão, se não for pago integralmente, pode exceder a capacidade de pagamento do consumidor, mesmo que a margem consignável esteja formalmente dentro do limite legal.
Isso ocorre porque o limite de crédito do cartão pode ser alto, e a facilidade de saque e uso pode levar o usuário a comprometer uma parcela significativa da sua renda com o pagamento dos juros e encargos, inviabilizando a contratação de outros produtos financeiros consignados mais vantajosos.
Tarifas e Custos Adicionais: Mais do Que Aparenta
Assim como os cartões de crédito convencionais, os cartões consignados podem ter tarifas e custos adicionais que elevam o custo total da operação.
Anuidade (em alguns casos), seguro, taxas de emissão, e encargos por atraso de pagamento (caso o desconto em folha não ocorra por algum motivo) são exemplos desses custos.
É fundamental ler atentamente o contrato e a fatura para identificar todas as cobranças. Por exemplo, ao analisar a fatura do cartão de crédito Besni ou de qualquer outra instituição financeira, é imprescindível verificar detalhadamente cada item cobrado para evitar surpresas desagradáveis e identificar possíveis tarifas abusivas.
A desvantagem aqui é que, muitas vezes, o consumidor está focado apenas nos juros e no desconto em folha, deixando de lado a análise dessas despesas adicionais que corroem ainda mais o seu poder de compra.
A Dificuldade de Cancelamento e a Questão da Portabilidade
Cancelar um cartão de crédito consignado pode ser mais complicado do que se imagina, especialmente se houver um saldo devedor.
Como o pagamento está atrelado ao benefício ou folha de pagamento, o banco tem uma garantia forte. Para o cancelamento, geralmente é necessário quitar integralmente a dívida, o que pode ser um desafio considerável para quem já está endividado.
A portabilidade da dívida do cartão consignado para outra instituição financeira pode ser mais complexa e menos vantajosa do que a portabilidade de um empréstimo consignado, limitando as opções do consumidor para buscar melhores condições.
Impacto na Pontuação de Crédito: Uma Faca de Dois Gumes
O uso responsável do cartão de crédito consignado, com o pagamento integral das faturas, pode contribuir positivamente para a sua pontuação de crédito. No entanto, se o cartão for utilizado de forma descontrolada, com constantes refinanciamentos do saldo devedor, ele pode ter um impacto negativo.
Apesar do desconto em folha garantir o pagamento mínimo, o alto endividamento no rotativo do cartão pode ser visto pelas instituições financeiras como um sinal de risco, dificultando o acesso a outras linhas de crédito no futuro.
A existência de um RMC ativo, mesmo que o desconto seja regular, pode ser interpretada como um comprometimento de margem que limita a sua capacidade de obter novos créditos.
Informação é a Melhor Ferramenta contra as Desvantagens do Cartão de Crédito Consignado
O cartão de crédito consignado pode ser uma ferramenta financeira útil para quem busca acesso a crédito com taxas relativamente menores em comparação ao crédito rotativo convencional. No entanto, suas desvantagens são significativas e podem facilmente levar o consumidor a um ciclo de endividamento.
A chave para evitar essas armadilhas está na informação e no planejamento. Antes de contratar, questione, pesquise e compreenda todas as cláusulas do contrato, especialmente as relacionadas aos juros do rotativo, ao Saque Complementar (RMC) e às tarifas adicionais.
Avalie se o cartão de crédito consignado realmente se alinha às suas necessidades financeiras ou se um empréstimo consignado, com suas parcelas fixas e prazo determinado, seria uma opção mais segura e transparente.
Lembre-se: o conhecimento é o seu melhor aliado para evitar que uma solução aparente se transforme em um problema financeiro de longo prazo.