Especialista do IDOMED comenta como o caso da cantora Preta Gil trouxe de volta o alerta para uma doença que já não atinge apenas pessoas mais velhas
A morte da cantora Preta Gil, vítima de câncer colorretal, trouxe um alerta sobre o crescimento deste tipo de tumor em adultos abaixo de 50 anos. De acordo com projeções recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a probabilidade de mortes causadas por câncer de intestino entre pessoas de 30 a 69 anos pode aumentar em 10% até 2030.
De acordo com o professor do IDOMED e médico oncologista, Guilherme Roeder, apesar de não haver uma causa única para esse crescimento, diversos fatores estão sob investigação. “O histórico familiar, síndromes genéticas hereditárias e doenças inflamatórias intestinais aumentam o risco, no entanto as dietas ricas em alimentos processados e ultraprocessados, o baixo consumo de fibras, obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool estão entre os principais vilões”.
Alterações no hábito intestinal e presença de sangue nas fezes, são sinais que devem ser levados a sério. “Esses sintomas sempre precisam ser investigados. A colonoscopia é o principal exame para o rastreamento do câncer colorretal. Ela permite detectar lesões ainda em estágio inicial, com alta chance de cura, além de ser um exame seguro e tranquilo”. O grande desafio no Brasil, segundo Roeder, é ampliar o acesso a esse exame e conscientizar a população sobre os fatores de risco. “Precisamos disseminar informação de qualidade e facilitar o acesso ao diagnóstico. Isso é fundamental para salvar vidas”, destaca.
Quando diagnosticado precocemente, o câncer colorretal tem chances de cura superiores a 90%. As estratégias de tratamento variam de acordo com o estágio da doença e podem incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapia-alvo.