Muito calor nas ruas, muito frio no hotel. Muitas opções de lazer na “cidade das apostas”, mas hospedado bem longe de qualquer cassino ou agito da metrópole. Muita alegria depois de golear o Paraguai, muita preocupação depois de apenas empatar com a Colômbia. Na Seleção Brasileira, tudo é muito, seja em qual extremo for. Neste sábado (6), o Brasil encara o Uruguai, em Las Vegas, às 22h, pelas quartas de final da Copa América. Um confronto que vale muito. Uma vitória trará muita confiança para a semifinal. Uma derrota, muita frustração. Um exagero de possibilidades do tamanho da pressão em vestir a camisa amarela.
A hora de Endrick
Endrick titular. Sem mistérios, o técnico Dorival Júnior confirmou que o atacante de 17 anos será o escolhido para substituir Vinícius Júnior, suspenso.
“Perdemos um jogador importante, mas ganhamos um que vem despontando, buscando uma oportunidade. Quem sabe seja o momento do Endrick”, disse o treinador. Ele não é especificamente um 9, que joga fixo, prefere um pivô. Ele flutua, se movimenta”, apontou.
Endrick terá as companhias de Rodrygo e Raphinha na frente. Sobre o “novato” no time titular, o atacante do Barcelona destacou que não prevê mudanças no estilo de jogo do Brasil.
“Temos um perfil de se adaptar rapidamente a qualquer posição na Seleção. Meu posicionamento no campo não vai mudar muita coisa”, citou. No Uruguai, Raphinha vai encontrar dois velhos conhecidos: o técnico Bielsa, com quem trabalhou no Leeds United, e o zagueiro Araújo, companheiro de equipe no Barcelona.
“Sabemos que o Uruguai tem jogadores de muita qualidade que jogam em ligas de alto nível. Nós também temos. Eu conheço bem o Bielsa, sei bem que a equipe dele joga muito bem fisicamente, tecnicamente e taticamente. Esperamos um jogo difícil contra uma equipe que vai querer nos vencer”, argumentou, contando que não chegou a conversar com os antigos parceiros antes do jogo. “Tenho ótima relação com Araújo, mas não gosto de falar com adversário”, brincou.
Arana volta
Outra modificação na equipe será o retorno de Guilherme Arana à lateral esquerda, ocupando o lugar de Wendell. No restante, a equipe permanece com a base que enfrentou a Colômbia.
Com dois empates e uma vitória, avançando apenas em segundo no Grupo D na Copa América, o Brasil tem convivido com críticas. Nada que abale a Seleção.
“Todos sabem que estamos em formação. No período total, são 37 dias juntos. Futebol não pode pular etapas. Temos que encontrar os talentos em um bom sistema coletivo. Nas partidas, erros são mostrados e procuram-se as correções. Críticas vão existir sempre, independente da posição na tabela”, explicou.
Para Dorival, porém, as dificuldades fazem parte do caminho de crescimento da Seleção. “Na Copa América e na Eurocopa, as grandes equipes têm tido situações desconfortáveis. Tivemos muitas evoluções, outros problemas a serem acertados, mas tudo faz parte do processo”, analisou.
Uruguai
Adversário brasileiro no primeiro mata-mata, o Uruguai foi líder do Grupo C. A seleção do técnico Marcelo Bielsa marcou nove gols no torneio, tendo como artilheiros o meia Maxi Araújo e o atacante Darwin Núñez, ambos com duas bolas na rede.
“É um grande clássico sul-americano. Um jogo importante para Brasil e Uruguai. A equipe deles merece todo respeito, vem em um processo de evolução, assim como o Brasil, que vem encontrando seus caminhos. Não tenho dúvidas que eles terão problemas contra a nossa equipe. São times que se conhecem, se respeitam, e teremos tudo para ter uma grande partida”, observou Dorival.
Ficha técnica
Brasil – Alisson; Danilo, Eder Militão, Marquinhos e Guilherme Arana; João Gomes, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Raphinha, Rodrygo e Endrick. Técnico: Dorival Júnior.
Uruguai – Rochet; Nández, Ronald Araújo, Mathias Olivera e Viña; Ugarte, Valverde e De la Cruz; Pellistri Maxi Araújo e Darwin Núñez (Luis Suárez). Técnico: Marcelo Bielsa.
Local: Allegiant Stadium (Nevada/EUA)
Horário: 22h
Árbitro: Dario Herrera (ARG). Assistentes: Juan P. Belatti (ARG) e Cristian Navarro (ARG)
VAR: Guillermo Pacheco (MEX)
Transmissão: Globo e SporTV