Avaliação pré-operatória deve ser rigorosa para sucesso da cirurgia

Cuidados antes do procedimento reduzem riscos de complicações e favorecem a recuperação.

O Ministério da Saúde realizou, em 2024, o maior número de cirurgias eletivas da história do Sistema Único de Saúde (SUS). Foram mais de 13,6 milhões de procedimentos no ano, um aumento de 10,8% em relação a 2023 e de 32% quando comparado a 2022.

As cirurgias eletivas são intervenções médicas que, diferente das emergências, podem ser programadas com antecedência. Mas, para que ela seja realizada com sucesso e oferecendo o menor risco ao paciente, é importante que aconteça uma preparação adequada.

Segundo a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), a avaliação pré-operatória é fundamental nesse processo, ajudando a identificar maiores probabilidades de o paciente enfrentar complicações durante ou após a cirurgia. O mapeamento prévio permite que a equipe médica tome decisões mais seguras, otimize o cuidado antes da operação, organize os recursos necessários no pós-operatório e reduza a chance de intercorrências evitáveis.

A análise da capacidade funcional, ou seja, o quanto o corpo do paciente consegue suportar esforço físico, é imprescindível, conforme reforça a SBA. Pessoas que conseguem se adaptar bem ao estresse fisiológico tendem a se recuperar mais rapidamente e enfrentam menores riscos de infecções, problemas respiratórios ou cardiovasculares após o procedimento.

A etapa de avaliação envolve a análise completa do estado clínico do paciente. Em casos de diagnóstico de nódulos mamários, por exemplo, além da entrevista médica, que levanta histórico de doenças, hábitos de vida, possíveis causas do câncer de mama e o uso de medicamentos, o médico pode solicitar exames laboratoriais e de imagens.

Um dos exames que podem ser recomendados é a marcação pré-cirúrgica para nódulo por mamografia, indicado quando a lesão não pode ser percebida ao toque e precisa ser localizada com precisão para a remoção cirúrgica. A Rede D’or São Luiz explica que o exame permite a visualização exata do nódulo, orientando o médico na delimitação da área a ser operada.

De acordo com o Manual MSD, durante a preparação do paciente para uma cirurgia, o médico também deve avaliar doenças pré-existentes, reações anteriores à anestesia, fatores de risco para coágulos sanguíneos, alergias e problemas relacionados aos pulmões e ao coração.

A depender do quadro clínico e do tipo de cirurgia programada, podem ser solicitados exames laboratoriais, eletrocardiograma, radiografias ou provas de função pulmonar. Estes testes ajudam a verificar se os órgãos vitais estão funcionando adequadamente, já que qualquer disfunção pode se agravar durante a cirurgia e a anestesia. Também servem para detectar problemas temporários, como infecções, que exigem o adiamento da intervenção.

Condições clínicas graves exigem estabilização antes da cirurgia

A identificação de doenças cardiovasculares instáveis no período pré-operatório é fundamental. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), pacientes com alto risco de complicações, independentemente do tipo de cirurgia, devem ter sua condição controlada antes de seguir com o procedimento.

Um dos principais exames da cardiologia que podem ser solicitados durante o período perioperatório é o eletrocardiograma. A SBC explica que ele permite identificar arritmias, distúrbios de condução, sinais de isquemia ou infarto prévios e alterações relacionadas a distúrbios eletrolíticos ou medicamentos. Ter um traçado basal disponível também auxilia no monitoramento de pacientes com maior risco de eventos cardiovasculares.

Além dos exames, o médico pode pedir ao paciente uma lista completa de medicamentos em uso, incluindo suplementos e fitoterápicos. O Manual MSD alerta que substâncias como aspirina, ginkgo biloba ou erva-de-são-joão podem ter efeitos durante ou após a cirurgia e, por isso, precisam ser informadas.

A aspirina, por exemplo, pode aumentar a hemorragia durante o procedimento. Medicamentos como varfarina e anti-inflamatórios costumam ser suspensos de cinco a sete dias antes da cirurgia, enquanto os de uso contínuo, como os para hipertensão, geralmente são mantidos de acordo com a orientação médica.

Alimentação, hábitos e estilo de vida também entram na preparação cirúrgica

Nos dias que antecedem a cirurgia, o paciente pode receber instruções de jejum e preparo digestivo. Em geral, alimentos pesados, como carnes e frituras, devem ser evitados oito horas antes do procedimento e, nas duas horas anteriores, o jejum deve ser absoluto, segundo a recomendação do Manual MSD.

A orientação sobre hábitos de vida também é parte importante da preparação. O consumo de álcool deve ser interrompido ou reduzido, especialmente antes de cirurgias com anestesia geral. O seu excesso pode provocar sangramentos e interferir nos efeitos dos medicamentos anestésicos. Pessoas com dependência podem necessitar de medicação para evitar crises de abstinência no período perioperatório.

Fumantes que irão passar por cirurgias na região torácica ou abdominal, por sua vez, são orientados a parar o quanto antes. A nicotina compromete a função pulmonar e aumenta o risco de arritmias cardíacas durante a anestesia. A recomendação é interromper o uso semanas antes da cirurgia para que os pulmões se recuperem.

O Manual destaca ainda que o uso frequente de cannabis também pode aumentar o risco de náuseas, vômitos e eventos cardíacos, sendo motivo para o possível adiamento do procedimento caso o paciente esteja em estado mental alterado ou com a capacidade de decisão comprometida.

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