Após recontagem, número de fuzis apreendidos em megaoperação chega a 93

A Polícia Civil do Rio de Janeiro atualizou o número de armas apreendidas durante a megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da capital fluminense, na terça-feira passada (28/10). Após nova contagem, o total chegou a 120 armamentos, sendo 93 fuzis. O material, avaliado em cerca de R$ 12,8 milhões, foi localizado em ações contra o Comando Vermelho (CV), que resultaram na morte de ao menos 121 pessoas, entre elas, quatro policiais.

De acordo com a Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE), o arsenal apreendido inclui fuzis, pistolas, metralhadoras, explosivos, munições e equipamentos militares. O levantamento pericial aponta que parte das armas tem origem em países como Venezuela, Argentina, Bélgica, Rússia e Brasil, além de haver indícios de desvios de lotes pertencentes às Forças Armadas.

A Polícia Civil informou que a recontagem acrescentou dois fuzis que haviam sido apresentados em delegacias diferentes, elevando o total para 93. O delegado Vinícius Domingos, da CFAE, afirmou que algumas armas trazem inscrições de grupos criminosos de outros estados, como a chamada “Tropa do Lampião”, formada por integrantes do Nordeste ligados ao CV. “As gravações nos armamentos indicam a expansão da facção para outras regiões do país”, explicou.

O governador Cláudio Castro (PL) comemorou o resultado da operação, classificando-o como “um golpe duro contra o narcotráfico”. “Cada fuzil retirado de circulação representa uma vida salva. Vamos continuar enfrentando quem lucra com o medo e com a morte. O Estado está presente, atuando com rigor e estratégia para enfraquecer o poder do crime organizado”, declarou.

Recorde

A apreensão é considerada recorde. Desde 2015, o Rio de Janeiro não havia registrado, em um único mês, a retirada de mais de 95 fuzis de circulação, número superado agora em apenas um dia. O governo estadual destacou que grande parte das armas de alto calibre encontradas com o CV era montada em fábricas clandestinas ou composta por peças contrabandeadas, muitas adquiridas legalmente pela internet antes de serem adaptadas.

O material recolhido passará por perícia detalhada para rastreamento da origem. Parte das armas poderá ser incorporada ao arsenal das forças de segurança, enquanto o restante será encaminhado para destruição.

A Polícia Civil também compartilhará informações com o Exército Brasileiro para identificar a rota de desvio dos armamentos e reforçar mecanismos de controle sobre o comércio ilegal de armas no país.

A megaoperação, considerada a mais letal da história recente do estado, teve como alvo líderes do Comando Vermelho que atuam nos complexos da Penha e do Alemão. O episódio reacendeu o debate sobre a política de segurança pública no Rio e levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a convocar, para a próxima quarta-feira (5), uma audiência com entidades de direitos humanos e autoridades do estado para discutir os impactos da ação e as medidas de preservação de provas.

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