Vamos começar pela eleição de 1986 quando todos tinham certeza que uma das vagas em disputa seria do ex-governador Roberto Magalhães, aí entra o fator líder da majoritária que nessa eleição era simplesmente Miguel Arraes. Com a eleição praticamente definida já na campanha, Arraes passou a ser cabo eleitoral de seus dois candidatos ao Senado. A estratégia deu certo e Mansueto de Lavor foi o mais votado com 27%, em seguida Antônio Farias com 25% e Roberto Magalhães ficou na terceira colocação com apenas 21%.
Já na eleição de 1994 Miguel Arraes não teve a mesma sorte, foi eleito governador sem eleger os dois senadores. Inclusive o mais votado naquele pleito eleitoral era exatamente seu vice de 1986, Carlos Wilson foi eleito Senador com 25% dos votos. A segunda vaga ficou com Roberto Freire que teve 21% dos votos, na sequência Armando Monteiro Filho com 19% e Maurilio Ferreira Lima com 18% do total de votos válidos apurados para Senador. Essa foi uma eleição bastante disputada, com as duas chapas tendo candidatos competitivos.
A eleição de 2002 ficou marcada por dois acontecimentos inéditos na história política de Pernambuco, a derrota de um Senador na tentativa de reeleição e a vitória de um candidato para o terceiro mandato. Carlos Wilson que foi eleito o mais votado do Estado em 1994, não conseguiu se reeleger e ficou com apenas 21% do total de votos. Os dois mais votados nessa eleição foram Marco Maciel com 29% que retornou ao Senado agora para cumprir o 3º mandato, depois Sérgio Guerra que ficou com a segunda maior votação sendo 27%.
Já em 2010 a despedida de Marco Maciel foi simplesmente humilhante, ele não conseguiu se reeleger e saiu das urnas naquele pleito com apenas 12% do total de votos válidos apurados. Já os nomes defendidos por Eduardo Campos tiveram votações expressivas, Campos foi reeleito governador com quase 83% dos votos válidos. Não teve nenhuma dificuldade para fazer de Armando Monteiro Neto com 40% e Humberto Costa com 39%, seus senadores para representar Pernambuco na câmara alta do Congresso Nacional.
O último pleito eleitoral com duas vagas de Senador em disputa foi em 2018, os nomes apresentados pelo candidato a reeleição para governador saíram vitoriosos. Um deles foi reeleito com 26% dos votos e o outro retornou ao mandato com 22% dos votos válidos apurados para Senador da República, enquanto que um dos candidatos da oposição ficou com 18% dos votos. Humberto Costa foi reeleito para o segundo mandato, Jarbas Vasconcelos retornou a casa e Mendonça Filho foi o 3º mais votado.
Essa retrospectiva mostra que a eleição de 2026 para Senador da República não vai ser nada fácil em Pernambuco, primeiro porque são duas vagas em disputa e depois pelo simples fato de ter vários nomes dispostos a chegar lá. Inclusive dois deles querem renovar os mandatos, veja na sequência a lista dos prováveis postulantes. Humberto Costa (PT), Fernando Dueire (MDB), Miguel Coelho (UB), Marília Arraes (SD), Eduardo da Fonte (PP), Silvio Costa Filho (Republicanos) e Anderson Ferreira (PL).
Blog do Didi Galvão

