O cenário de incerteza e abandono continua a afetar os reassentados que dependem do Sistema de Irrigação Itaparica, principalmente em Orocó e Santa Maria da Boa Vista. No último dia 30 de novembro, os reassentados foram comunicados sobre o iminente corte de energia elétrica por parte da Neoenergia Pernambuco, intensificando ainda mais a crise na região. Desesperados, muitos agricultores estão vigilantes nas subestações de energia para tentar impedir o desligamento.
O sistema, que atualmente mantém o fornecimento de energia por força de uma liminar judicial, acumula uma dívida de R$ 38 milhões junto à Neoenergia, que já anunciou o corte. Além disso, o sistema opera há quase um ano sem uma empresa de Operação, Inspeção e Manutenção (OIM), agravando a precariedade do serviço.
“Já fizemos manifestações no Trevo do Ibó, na Transposição e até no prédio da Codevasf em Petrolina. Mas nada tem surtido efeito. A pergunta é: o que mais precisamos fazer para sermos vistos?”, questiona Jefferson Tavares, agricultor e uma das vozes na luta pela solução do problema.
O agricultor Valdenir Cícero do Projeto Zé Preá, disse que sem uma resposta efetiva do governo, milhares de famílias estão com medo de perderem suas roças. “Sem energia para bombear a água como que a gente fica? São milhares de famílias com medo de perder toda a roça por falta d’água. Pedimos que as autoridades do Governo Federal resolva essa situação urgente.”
A situação escancara a necessidade urgente de intervenção do Governo Federal para garantir a continuidade do sistema, que é vital para a subsistência dos agricultores e para a economia regional. Enquanto isso, a pergunta que transita entre os produtores permanece: até quando a negligência continuará a ditar as regras?