Nas regiões de Irecê (BA) e Vale do São Francisco (BA/PE), as cotações de cebola foram mais altas nesta semana (19 a 23/08), após sequência de quedas. Com o crescimento gradual da produtividade em ambas as praças, o volume de bulbos ofertados cada vez maior estava ocasionando bruscas quedas nas cotações – não apenas pela maior disponibilidade do produto regional, mas também nacional.
No entanto, o cenário desta semana surpreendeu os agentes do mercado devido ao aumento no volume de pedidos ante às últimas semanas. Isso porque uma quantidade expressiva de cebolas tem sido exportada aos países vizinhos: Argentina, Paraguai e Uruguai, que tiveram que recorrer ao produto brasileiro e que movimentou o mercado doméstico.
Basicamente, a Argentina exportou uma parcela bastante elevada de sua produção ao Brasil no primeiro semestre do ano. Normalmente neste período o norte do país argentino é responsável por abastecer o mercado local, porém houve um atraso em sua safra, abrindo uma lacuna de oferta que está sendo suprida pelas cebolas brasileiras.
Além do Nordeste, o Cerrado (Minas Gerais e Goiás) e São Paulo também têm enviado cargas para os hermanos. De acordo com os dados do Comex Stat, em julho deste ano foram exportadas quase 5,5 mil toneladas de cebola a todos os destinos, volume 664% superior às 774 toneladas enviadas no mesmo mês em 2023. Espera-se que os dados finais de agosto (liberados pelo Comex Stat na primeira semana de setembro), apresentem um volume ainda maior.
Ademais dos fatores já citados, outro ponto que pode ter favorecido os ganhos no Nordeste foi uma redução momentânea do volume ofertado em Goiás, fazendo com que um considerável volume das praças nordestinas fosse escoado para o Cerrado. Assim, a média de preços da amarela híbrida beneficiada em Irecê foi de R$ 39,80/sc de 20 kg, 13,7% maior ante à semana anterior. No Vale, os preços fecharam em R$ 37,25/sc de 20 kg, aumento de 24,2% no mesmo comparativo.
Fonte: Hfbrasil.org.br