Para qualificar a gestão pública e ampliar o uso de ciência, tecnologia e inovação na solução de problemas reais do Estado, o Governo de Pernambuco vem fortalecendo a inovação governamental como estratégia prioritária da gestão atual. Para atuar nesse eixo, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti/PE) destinou em 2025 mais de R$19,5 milhões em investimentos nos programas Desafios.Gov e Cientista Arretado, iniciativas que consolidam a aproximação entre governo, startups, govtechs, universidades e centros de pesquisa.
Segundo a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo de Pernambuco, Mauricélia Montenegro, os programas representam uma mudança estrutural na forma como o Estado enfrenta problemas públicos. “Estamos falando de inovação aplicada, conectada às necessidades reais da gestão e da população. O Desafios.Gov aproxima o poder público das startups e das govtechs, enquanto o Cientista Arretado coloca a ciência no centro da tomada de decisão. É uma política pública que valoriza o conhecimento local e transforma pesquisa em solução concreta”, destaca.
Na sua terceira edição, o Desafios.Gov reforçou neste ano o estímulo às startups e às govtechs pernambucanas. Foram R$9 milhões investidos na iniciativa que apoia o desenvolvimento de soluções inovadoras para demandas concretas da administração pública, promovendo a contratação de tecnologia, a modernização de processos e o fortalecimento do ecossistema local de inovação.
Já o Cientista Arretado, executado por meio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), ampliou o uso do conhecimento científico na formulação de políticas públicas. O programa contabiliza R$10,52 milhões investidos e chega a dez novas rodadas, voltadas ao desenvolvimento de soluções de CT&I para desafios apresentados por órgãos estaduais.
Nas rodadas anteriores, o Cientista Arretado enfrentou temas estratégicos como urbanismo de risco, com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH), proteção costeira, com a Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha (Semas), políticas de CT&I, com a Secti, gestão de dados, com a Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional de Pernambuco (Seplag), mobilidade e transporte, com a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), investigação financeira, com a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), gestão em ouvidoria Secretaria da Controladoria-Geral do Estado (SCGE) e plataformas corporativas, com a Agência Estadual de Tecnologia da Informação (ATI).
A nova rodada amplia ainda mais o alcance da inovação governamental, com desafios que envolvem conformidade tributária e avaliação de benefícios fiscais, com a Secretaria da Fazenda (Sefaz), gestão de recursos hídricos, com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), sustentabilidade hídrica e tratamento de resíduos em estação de tratamento de água, com a Compesa, investigação criminal, com a PCPE, ameaças cibernéticas, com a ATI), conflitos agrários, com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência (SJDH), jornada materno-infantil, com a Secretaria de Saúde (Ses) e regulação de serviços públicos, com a Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe). “Ao investir de forma contínua em programas como esses, o Estado fortalece o ecossistema de inovação, estimula a pesquisa aplicada e entrega serviços públicos mais eficientes, transparentes e alinhados aos desafios contemporâneos”, conclui Mauricélia Montenegro.
IA no pós-parto e no combate ao crime financeiro – Entre os projetos fomentados pelo Desafios.Gov em 2025 está a solução de monitoramento do pós-alta de cesarianas, desenvolvida pela Aicury, startup incubada no Parquetec/UFPE e especializada em inteligência artificial aplicada à saúde. A tecnologia acompanha mulheres após a cesariana, procedimento que representa mais da metade dos partos no Brasil, e atua na detecção precoce de complicações no pós-operatório, como infecções de ferida cirúrgica.
Batizada de Luci, a assistente de IA funciona por WhatsApp, orienta cuidados imediatos, amplia o acesso ao acompanhamento, especialmente para mulheres do interior do Estado, e gera dados estratégicos para os serviços de saúde, contribuindo para a redução de reinternações e de custos hospitalares, estimados em cerca de R$ 200 mil por mês. A solução já está em operação no Hospital das Clínicas da UFPE, com mais de 2 mil pacientes monitorados, e em implantação no Hospital Barão de Lucena.
Já pelo Cientista Arretado, um dos projetos apoiados é o desafio de investigação financeira, que prevê o desenvolvimento de uma solução baseada em inteligência artificial para identificar padrões de lavagem de dinheiro e apoiar as investigações de organizações criminosas. Desenvolvido por um consórcio de pesquisadores, o projeto utiliza análise automática de redes de transações financeiras, identificação de vínculos entre investigados e dados de relatórios de investigação financeira, respeitando os marcos legais. A ferramenta está em fase de desenvolvimento.
Blog do Didi Galvão

