Ministros do STF agora são os verdadeiros ‘intocáveis da Pátria’

Com a decisão de Gilmar Mendes sobre a lei de impeachment de ministros do STF, ele manda um recado curto e direto para Davi Alcolumbre, que é o presidente do Senado Federal. “Manda quem pode e obedece quem tem juízo.” Nesse caso, quem pode são os senhores ministros do STF; resta saber se quem vai obedecer é o Davi Alcolumbre por ter juízo.

Vamos mais uma vez pedir ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que dê uma olhada na galeria de fotos de ex-presidentes da Câmara Alta. Vai se deparar com a história de um sertanejo arretado, que em pleno governo do regime militar não se curvou diante das vontades alheias. Nilo Coelho teve a coragem de dizer que não era presidente do congresso do partido do regime, sim presidente do Congresso do Brasil.

Davi Alcolumbre precisa ter coragem para não se deixar levar pela ideia de que obedece por ter juízo, assumir o papel de democrata e dizer que não é presidente do Congresso do STF e sim do Congresso do Brasil. Se a decisão de Gilmar Mendes for levada adiante sem nenhuma reação do Congresso Nacional, fica claro que quem manda no Brasil são os senhores ministros do STF.

Os poderes do STF são de fato incalculáveis; tirou Lula da cadeia e o transformou em presidente da República. Ministro disse que perdeu Mané com um eleitor de Bolsonaro, porque repetiu a frase “o STF condenou uma mulher a 14 anos de prisão”. O mesmo ministro disse: “Derrotamos o bolsonarismo. Foi apenas uma infeliz frase de um ministro do STF”.

Os poderes do STF não param por aí; quem se atrever a enfrentar o STF pode pagar um preço muito caro. O STF humilhou Bolsonaro e todos os seus aliados, ignorou decisão do governo norte-americano e ainda fez zombaria. O STF humilhou as Forças Armadas do Brasil, instituição altamente respeitada pelo povo brasileiro. Os poderes do STF, de fato, não têm limites.

Agora o STF fechou o cerco e, com uma única canetada de Gilmar Mendes, construiu uma blindagem jamais vista em qualquer regime do mundo. O STF se torna o mais forte Poder do Brasil e um dos mais poderosos do mundo; resta saber se o Congresso vai ter coragem de partir para o confronto ou vai aceitar as decisões monocráticas de Gilmar, que reduzem o Senado.