Pesquisadores do Cemafauna integram rede nacional que mapeia panorama das coleções científicas de peixes no Brasil

O Brasil abriga a maior diversidade de peixes do planeta, e um grupo de cientistas de todo o país se uniu para compreender e fortalecer o papel das coleções científicas que guardam esse patrimônio natural. Entre os autores desse esforço coletivo estão os pesquisadores do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna/Univasf), a coordenadora Patrícia Nicola, a pesquisadora Silvia Gutierre e analista ambiental Augusto Bentinho, que contribuíram com o estudo publicado recentemente no Biological Journal of the Linnean Society (Oxford University Press), sob o título “The CARDUME initiative: integrating Brazil’s scientific fish collections to promote research and biodiversity conservation”.

O trabalho apresenta o primeiro panorama nacional das coleções ictiológicas brasileiras, reunindo informações de 74 instituições distribuídas em 25 unidades federativas. O levantamento revelou um acervo de mais de 8,5 milhões de espécimes catalogados e 2.600 tipos primários, essenciais para estudos taxonômicos, evolutivos e de conservação. O artigo também expõe desafios persistentes enfrentados por essas coleções, como a escassez de recursos financeiros e humanos, a necessidade de modernização da infraestrutura, o baixo índice de digitalização, além das desigualdades regionais e de gênero entre os curadores.

A pesquisa faz parte da iniciativa CARDUME, uma rede criada pela Sociedade Brasileira de Ictiologia (SBI) com o objetivo de integrar coleções científicas de peixes em todo o país. O nome “Cardume” simboliza o movimento coletivo e colaborativo da ciência, que une esforços em torno da valorização das coleções biológicas como ferramentas fundamentais para a conservação da biodiversidade e o avanço do conhecimento sobre a fauna aquática brasileira.

Para o Cemafauna/Univasf, sediado em Petrolina (PE), a participação neste estudo representa o reconhecimento de sua contribuição científica na região da Caatinga, um dos biomas menos representados em coleções ictiológicas, com apenas quatro instituições participantes no levantamento nacional. A presença de pesquisadores do Centro entre os autores corrobora o compromisso com a preservação do patrimônio natural do Semiárido e com a produção de conhecimento sobre os ecossistemas aquáticos do Nordeste.

O biólogo e analista ambiental do Cemafauna, Augusto Bentinho, destacou que a publicação é um marco importante para a valorização da ciência brasileira e para o fortalecimento da cooperação entre instituições. “Participar dessa construção coletiva é uma honra e uma responsabilidade. As coleções zoológicas são verdadeiras guardiãs da memória biológica do país e precisam de atenção contínua, especialmente em regiões como o Semiárido, onde ainda há lacunas significativas de informação. A iniciativa CARDUME mostra que, quando unimos esforços, conseguimos não apenas mapear nossa biodiversidade, mas também traçar caminhos concretos para sua conservação”, afirmou.

O manuscrito completo pode ser acessado em: https://doi.org/10.1093/biolinnean/blaf088.

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