A abertura do primeiro curso de graduação em Medicina por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária foi alvo de críticas na reunião plenária desta terça. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Incra e a Universidade Federal de Pernambuco. Para Coronel Alberto Feitosa, do PL, o critério de ingresso é arbitrário e de difícil fiscalização. Ele anunciou que entrará com uma representação no Ministério Público Federal contra a iniciativa.
“Como se define quem é integrante do MST? Pasmem os senhores, o MST não tem sequer CNPJ. Essa indefinição abre espaço para fraudes, que é uma marca já bastante conhecida deste Governo Federal. Abre também espaço para favorecimentos e insegurança jurídica. A qualquer momento, assim como eu farei já no dia de amanhã, alguém pode entrar com representação no Ministério Público Federal e o curso ser suspenso.”
Renato Antunes, do PL, também criticou a medida e disse que, na prática, a inclusão possui viés ideológico e partidário. “O edital é bem verdade, não cita em momento nem o próprio MST, mas a ausência do nome não retira a essência. É um projeto de DNA ideológico, construído para privilegiar, criar privilégios a um movimento político partidário, mascarado sob o rótulo de política educacional.”
Já Dani Portela, do PSOL, lembrou que a iniciativa leva formação superior a trabalhadores rurais há muitos anos. “Eu não vi a sua indignação quando já se formaram as primeiras turmas de trabalhadores rurais assentados da reforma agrária, por exemplo, em técnicos de agroecologia, também outros cursos de nível superior, como licenciaturas. Agora quando mexe com Direito, Medicina Veterinária e Medicina parece incomodar bastante. E acho que incomoda uma parte da elite brasileira que não admite ver pobre na universidade.”