“Estamos abandonados” diz produtor rural cobrando ações do Governo Federal após Santa Maria da Boa Vista ser reconhecida como maior produtora de banana e goiaba do Brasil

Santa Maria da Boa Vista, no Sertão do São Francisco Pernambucano, foi reconhecido pelo IBGE como o município que mais produz banana e goiaba no Brasil. De acordo com os dados da Produção Agrícola Municipal (PAM/2024), o município de vocação agrícola proveniente do Projeto Fulgêncio, que faz parte do Sistema Itaparica, produziu em 2024 segundo os dados, 76 mil toneladas de goiaba movimentando cerca de R$ 190 milhões de reais, e 210 mil toneladas de banana, movimentando aproximadamente R$ 378 milhões de reais, somada a produção, foram movimentados mais de meio bilhão de reais, mas nem tudo são flores, os reassentados do Sistema Itaparica segue cobrando do Governo Federal, que a situação da Energia Elétrica seja resolvida.

Para falar do assunto, o Blog do Didi Galvão conversou com Misael Amariz, produtor rural e defensor dos Reassentados do Sistema Itaparica. Fizemos alguns questionamentos, que prontamente foram debatidos por ele.

CONFIRA:

– Como o senhor avalia a importância de Santa Maria da Boa Vista ser reconhecida pelo IBGE como maior produtora de banana e goiaba do Brasil?
“Esse reconhecimento mostra a força do nosso município e do Projeto Fulgêncio. No entanto, acredito que os números ainda não condizem com a realidade e com nosso potencial. Com melhores condições de infraestrutura e apoio técnico, Santa Maria poderia alcançar índices de produtividade ainda mais elevados, gerando mais emprego e renda para as famílias reassentadas.”

– Apesar dos números expressivos, quais os maiores desafios enfrentados diariamente na produção?
“Um dos principais problemas é a situação das estradas. A falta de manutenção dificulta o transporte da produção, já que muitos compradores e caminhoneiros evitam entrar no Fulgêncio para carregar mercadorias. Isso atrasa as entregas, aumenta os custos e acaba reduzindo a competitividade do nosso produto no mercado.”

– Como a questão da energia elétrica tem afetado a sua produção e a dos demais reassentados do Sistema Itaparica?
“A situação é crítica! Já estamos há três meses com pendências na energia elétrica, e os custos cobrados são inviáveis para a agricultura familiar, especialmente porque parte da área exige bombeamento de mais de 100 metros de altura do rio. Sem energia de qualidade e com tarifas justas, a produção fica comprometida e o produtor desestimulado.”

– Que medidas emergenciais o senhor acredita que o Governo Federal deveria adotar para solucionar esse problema?
“É urgente a recuperação das estradas, para garantir o escoamento da produção. Além disso, é preciso incentivar o cooperativismo, fortalecendo a união dos agricultores, e investir na implantação de indústrias para beneficiar nossas frutas aqui mesmo, agregando valor antes de enviá-las ao mercado.”

– O Projeto Fulgêncio é considerado o coração da produção agrícola do município. Na sua visão, o que precisa ser melhorado para garantir a sustentabilidade dessa produção nos próximos anos?
“O Governo Federal deveria revitalizar e automatizar toda a infraestrutura do projeto, apostando também em fontes de energia limpa, como a energia solar, que é abundante na nossa região e se torna muito mais barata. Outro ponto urgente é a questão da água: a que chega para consumo humano ainda é bruta, sem tratamento adequado, e nós, agricultores, vivemos em constante insegurança hídrica. Sem resolver esses pontos, fica difícil garantir a sustentabilidade da produção a longo prazo.”

– O senhor acredita que essa conquista pode ajudar a pressionar por mais investimentos em infraestrutura rural, como energia e estradas?
“Com esses números do IBGE é necessário que o Governo Federal faça investimentos, a realidade é que hoje os Perímetros Irrigados de Itaparica estão abandonados pelo Governo, recentemente aconteceu um incidente no Nilo Coelho que passou uma semana sem água com toda estrutura que tem. No caso do Fulgêncio tem várias estruturas que já apresentam riscos estruturais que pode levar até um mês para recuperar, o cenário é muito desafiador a realidade que os agricultores estão sobrevivendo da coragem de trabalhar e a fé em Deus.”

Verifique também

Prefeitura de Petrolina trabalha na conclusão da Orla 3 da cidade

O mais novo corredor viário da cidade de Petrolina já está com obras em fase …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

planetsorare.com/pt/ bonus de cassino online