A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, esteve, nesta sexta-feira (11), em Petrolina, município pernambucano, para lançar o Programa Mais Ciência na Escola no sertão do estado. A iniciativa marca o início da implantação de uma rede de 75 laboratórios mão na massa em escolas públicas na região voltados para o letramento digital, contemplando ainda atividades relacionadas a outras linhas como Robótica e Automação, Design e Fabricação Digital, Internet das coisas e Ciências Ambientais e Sustentabilidade.
Pela manhã, em Petrolina, a titular do MCTI inaugurou o Lab Maker da Escola Paulo Freire e, em seguida, participou do ato oficial de lançamento do programa no IFSertãoPE – Campus Petrolina, ao lado do reitor do Instituto, Jean Carlos Coelho; do prefeito anfitrião, Simão Durando; do prefeito de Juazeiro-BA, Andrei Gonçalves, entre outras autoridades.
“Nosso plano é preparar jovens para esses mundo cada vez mais tecnológico e dinâmico. E, no governo do presidente Lula, estamos trabalhando para fazer crescer o país, com base nas nossas vocações, fortalecendo arranjos produtivos locais, e apostando no caminho do conhecimento, da inovação e da sustentabilidade. Esse desenvolvimento que estamos construindo no país com a Nova Indústria Brasil, amparado em bases tecnológicas, exige que a gente vá formando pessoas para esse novo tempo. E estamos fazendo isso”, ressaltou a ministra.
O Mais Ciência na Escola atenderá quatro regiões de desenvolvimento do estado: Sertão do São Francisco (nos municípios de Petrolina, Afrânio, Lagoa Grande, Orocó, Parnamirim e Cabrobó), Sertão Central (Salgueiro, Cedro e São José do Belmonte), Sertão do Pajeú (Afogados da Ingazeira, Calumbi, Carnaíba, Flores, Quixaba, Tabira e Triunfo) e Sertão de Itaparica (Floresta, Jatobá, Carnaubeira da Penha, Itacuruba, Belém de São Francisco e Tacaratu). Das 75 escolas, 50 são municipais e 25 estaduais. Dessas, apenas uma instituição de ensino é somente de nível médio, com as demais contemplando o ensino fundamental. Ainda sobre as unidades selecionadas, 20 estão localizadas na zona rural, 5 são quilombolas e 8 são indígenas.
Segundo o prefeito Andrei Gonçalves, o programa tem mostrado uma força gigantesca. “Ele está oportunizando bolsas, oferecendo experiências e, mais do que isso, proporcionando uma nova forma de enxergar o mundo — especialmente nesse cenário de transformações e avanços tecnológicos. E o mais incrível é que isso tudo ainda é só o início de uma grande história. Não tenho dúvida de que esse programa vai revolucionar o Brasil, ainda mais do que já está fazendo”.
A política de ações afirmativas também se estende à seleção de bolsistas que atuarão nas atividades do programa: 65,8% são meninas e mulheres, e 50% são para pessoas de baixa renda. O Mais Ciência na Escola ainda vai contar com parcerias com diferentes atores regionais. Além das secretarias de educação municipais e estaduais, serão parceiras da ação instituições de ciência e tecnologia (ICTs) como a Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UFRPE/UAST), a Universidade de Pernambuco (UPE), a Universidade do Vale do São Francisco (UNIVASF), a Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central (FACHUSC), o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e o SESI (Serviço Social da Indústria).
“Na lógica do programa Mais Ciência, quando a gente olha para o ensino fundamental, vemos algo muito significativo acontecendo. Hoje, já temos alunos do fundamental com currículo Lattes. E por que é importante falar do currículo Lattes? Porque ele simboliza que esses meninos e meninas, que ainda nem chegaram ao ensino médio, já estão tendo acesso à ciência. Podemos dizer, com orgulho, que hoje, no sertão, estamos formando pequenos pesquisadores desde o ensino fundamental até a graduação. E isso é algo muito importante”, comemorou o reitor Jean Carlos Coelho.
O IFSertão foi selecionado através de chamada pública do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Com a aprovação da suplementação pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), a segunda colocada na seleção, a Universidade de Pernambuco (UPE), será convocada em breve para receber o aporte de R$ 7,5 milhões. Os recursos permitirão a implementação de mais 750 bolsas para estudantes e 75 para professores, ampliando o alcance da iniciativa.