O corpo da recém-nascida Ana Beatriz, de apenas 15 dias de vida, foi encontrado na casa da sua família no interior de Alagoas, no município de Novo Lino.
A bebê foi encontrada sem vida e enrolada em um saco plástico dentro de um armário, no quintal de sua casa, junto a materias de limpeza. A mãe da criança deu cinco versões diferentes do desaparecimento, incluindo sequestro. Ainda não se sabe se a menina morreu de causas naturais ou assassinada.
O advogado da família acionou a polícia, nesta terça-feira (15), após Eduarda Silva de Oliveria, mãe da criança, dizer onde estava o corpo. A jovem foi presa em flagrante por ocultação de cadáver.
Falso sequestro
De acordo com a reportagem do g1, Ana Beatriz estava desaparecida desde sexta-feira (11). A mãe informou, na primeira versão dada aos policias, que a menina tinha sido sequestrada por volta das 6h15, em um trecho da BR-101, no Povoado de Euzébio, no município de Novo Lino, divisa com Pernambuco.
“Ela deu uma versão de que havia quatro pessoas no veículo, sendo três homens e uma mulher, e que esse veículo teria parado na banqueta da pista e realizado uma abordagem. Dois homens teriam descido, teriam tomado a criança dos braços dela à força e esse veículo teria seguido sentido Pernambuco”, disse o delegado Igor Diego.
O pai da recém-nascida, que é motorista, estava viajando a trabalho havia um mês e, portanto, não chegou a conhecer sua filha. Ao saber da notícia do suposto desaparecimento, retornou para casa para ajudar nas buscas da bebê.
No final de semana, um homem chegou a ser detido como suspeito pela polícia. A mãe havia informado que o carro possuia as mesmas características do susposto sequestrador. Dentro do veículo, foram encontrados placas de carro, o que levantou suspeitas. Porém, após prestar esclarecimentos, foi descartada a participação dele no crime.
Desconfiança
A partir de relatos de três testumunhas que contrariavam a teoria do sequestro, a polícia começou a desconfiar das versões de Eduarda. Câmeras de segurança também mostraram incongruências nas versões da mãe.
Nesta segunda-feira (14), a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros fizeram buscas no perímetro próximo à residência da família, revirando até latas de lixo, mas sem sucesso.
Em depoimento, os vizinhos da mãe de Eduarda informaram que escutaram a recém-nascida chorar pela última vez na quinta-feira (10), um dia antes do relato do suposto sequestro.
Presa em flagrante
Ainda de acordo com a apuração do g1, Eduarda Silva de Oliveira, 22 anos, foi presa em flagrante apenas por ocultação de cadáver após dar duas versões da morte da criança.
Na primeira versão, ela informou que houve morte acidental após a menina ter se engasgado enquanto era amamentada de madrugada e sufocou. A mãe disse que tentou reanimá-la, mas que não conseguiu.
Na segunda, contou que estava sem conseguir dormir há duas noites, pois a bebê chorava muito e também havia muito barulho de som em um bar na frente da casa da família. Diante da situação, teria sufocado a menina com um travesseiro.