Nos bastidores, principais críticas à ex-ministra incluem falta de ‘marca’ na gestão da Saúde; Padilha tomou posse no lugar dela
A ex-ministra da Saúde Nísia Trindade afirmou nesta segunda-feira (10) que foi vítima de uma “campanha sistemática e misógina de desvalorização” enquanto esteve à frente da pasta federal. Ela foi demitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 25 de fevereiro e substituída por Alexandre Padilha. A fala de Nísia foi feita em discurso de despedida do cargo, durante cerimônia de posse do novo ministro, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
“Não posso esquecer que durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade. Não é possível, e acho que não devemos aceitar como natural comportamento político dessa natureza. Podemos e devemos construir uma nova política baseada efetivamente no respeito, e destaco o respeito a nós, mulheres, e no diálogo em torno de propostas para melhorar a vida de nossa população”, declarou Nísia.
O termo “misoginia” é muito usado em discussões ligadas à violência contra a mulher e representa o ódio contra mulheres pelo simples fato de serem mulheres. Ainda na fala, Nísia aproveitou para destacar a atuação à frente do ministério.
“Creio que deixo como legados reconstruir o SUS [Sistema Único de Saúde] e a capacidade de gestão do Ministério da Saúde. Tenho orgulho de afirmar que fui ministra do SUS. É hora de seguir em frente, atuando em outros espaços, seguindo comprometida com o projeto de um país mais justo e soberano. É isso que se faz necessário e o que coloco para mim neste momento”, acrescentou.