Mulheres são protagonistas do desenvolvimento regional

Políticas de desenvolvimento territorial do MIDR ajudam no empoderamento feminino

Brasília (DF) – Quem pensa que as mulheres não são protagonistas nas políticas territoriais do Brasil e na integração nacional está enganando. Seja na produção de alimentos e roupas, na reciclagem ou na preservação do meio ambiente, elas marcam presença e se destacam quando o assunto é desenvolvimento regional. O programa Rotas de Integração Nacional, da Secretaria Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial (SDR), é um exemplo da presença feminina nos diversos setores produtivos do país, como pescado, mel, açaí, cacau, entre outros.

A professora Kátia Peres Gramacho, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido em Mossoró (RN) é uma delas. Kátia é coordenadora do Polo da Rota do Mel de Jandaíra, no Rio Grande do Norte. Ela avalia que o programa Rotas de Integração fortalece a conexão entre pesquisa, inovação e o desenvolvimento da cadeia produtiva. “O programa permite que os conhecimentos científicos sejam aplicados diretamente no campo, beneficiando os apicultores e meliponicultores com técnicas mais eficientes e sustentáveis. Além disso, facilita a articulação entre instituições de ensino, governo e produtores, promovendo um crescimento estruturado do setor”, pontua.

Segundo Kátia, as mulheres desempenham um papel fundamental no desenvolvimento regional e territorial, especialmente em atividades ligadas à agricultura familiar e ao empreendedorismo rural. “Elas trazem inovação, sustentabilidade e uma visão estratégica para a gestão dos recursos naturais. No caso da meliponicultura, por exemplo, a presença feminina pode contribuir para a diversificação da produção, organização de cooperativas e o fortalecimento das comunidades locais”, defende.

Fomento ao pescado

Neide Aparecida dos Santos, da Agência de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável do Brasil (Adesb), é uma das mulheres que fomenta a piscicultura na microrregião de Pirapora, em Minas Gerais. Ela participou do processo de criação da Rota do Pescado em Minas Gerais, inaugurada em outubro de 2023. Por meio do programa do MIDR, Neide oferece assistência técnica e capacitação para 50 produtoras e produtores de pescado nos municípios de Pirapora e Buritizeiro. A expectativa é expandir a atuação para mais 12 municípios da região. Ao todo, 23 cidades constituem a Rota do Pescado.

“Por meio da criação da Rota do Pescado e em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA-MG), nós estamos organizando os arranjos produtivos com assistência técnica e fomentando a piscicultura com doação de insumos”, detalha a aposentada de 59 anos. Ela afirma que o programa Rotas de Integração é importante para a emancipação das mulheres. “O programa ajuda na geração de renda, na comercialização dos pescados e também na qualificação da mão de obra”, destaca. “Hoje temos a presença da mulher em quase todas as atividades desenvolvidas no país. Tenho certeza que através da interligação dos arranjos e das cadeias produtivas, o empoderamento da mulher será maior”, finaliza.

Conservação da biodiversidade

A professora da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, Alecksandra Vieira de Lacerda, é coordenadora do projeto Restauração de Ecossistemas Ciliares Degradados no Semiárido Brasileiro (REDESAB), apoiado pelo MIDR por meio da SDR. A iniciativa está ligada ao programa Rotas de Integração Nacional, pela Rota da Biodiversidade. “Através do apoio financeiro do MIDR, estamos executando ações voltadas para a conservação e restauração de matas ciliares degradadas na região do Semiárido brasileiro” explica.

Ela ressalta que as mulheres são o foco principal do projeto. “O trabalho tem como referência ações construídas de forma associada com as pessoas do território, envolvendo principalmente as mulheres, fazendo com que toda a base para recuperar ambientes degradados seja realizada de forma integrada e participativa”, detalha Alecksandra.

O programa Rotas de Integração Nacional

As Rotas de Integração Nacional são redes de arranjos produtivos locais associadas a cadeias produtivas estratégicas. O objetivo é promover a inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável das regiões brasileiras priorizadas pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR).

A estratégia do programa estimula a participação e a inserção de mulheres por meio das cadeias produtivas apoiadas, proporcionando maiores condições de autonomia e independência. Além disso, melhora as oportunidades de diversificação e ampliação da renda, estimulando o trabalho em conjunto, com empreendedorismo e cooperativismo, para a valorização dos produtos e da cultura regional.

O Rotas possui 14 cadeias produtivas e 78 polos em todo o país. São 20 estados atendidos pelo projeto e mais de 70 mil famílias beneficiadas. São elas: Rota do Mel; Rota do Pescado; Rota da Mandioca; Rota da Moda; Rota da Economia Circular; Rota do Cacau; Rota do Açaí; Rota da Biodiversidade; Rota da Avicultura Caipira; Rota do Cordeiro; Rota da Fruticultura; Rota do Leite; Rota da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC); e Rota da Ovinocultura.

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