O Presidente Lula como é sabido por todos, não dá murro em ponta de faca, isso na política significa que todas as suas decisões tem como propósito colheita num futuro próximo. Que a relação do governo Lula 3 com os congressistas não estava nada bem, que o ex-ministro Alexandre Padilha atrapalhou mais que ajudou, todo mundo sabia. Até congressistas da base aliada do governo, vinha se queixando da falta de diálogo entre o Executivo e o Legislativo.
A reforma ministerial já era dada como certa há muito tempo, muitos ministros de Lula não vem correspondendo politicamente na avaliação de aliados do Presidente. Por essa razão o Presidente achou por bem iniciar a reforma após a escolha dos presidentes da Câmara e do Senado, para fazer escolha conforme entendimento entre as partes interessadas no Congresso e dar início ao relacionamento com rosas nas duas casas do Congresso Nacional.
A paranaense Gleisi Hoffmann vem de 8 anos no Senado Federal e está no 2º mandato de Deputada Federal, foi Ministra da Casa Civil do primeiro governo de Dilma Rousseff e é presidente nacional do PT. Fiel às gestões petistas e peça-chave nas decisões internas do partido, Gleisi assume um papel estratégico no relacionamento entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Essa é a principal aposta de Lula, ele sabe que precisa está politicamente bem.
Ainda há outra razão que levou Lula a fazer a escolha de Gleisi para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), a deputada tinha nome cotado para vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), com a ida de Gleisi Hoffmann para uma pasta importante do governo, o PT e Lula, ganham mais munição para futuras negociações. Inclusive, o nome do senador pernambucano, Humberto Costa (PT), volta a ser preferido do presidente Lula para o TCU.
A escolha por Gleisi Hoffmann para comandar a SRI atende vários indicadores, o bom relacionamento do governo Lula 3 com deputados e senadores e preparativos para as eleições de 2026. Se Lula tiver que interferir em decisões políticas em seu estado natal, o senador Humberto Costa pode ir para o Tribunal de Contas da União e deixar uma vaga para o Senado em aberto para possíveis ajustes políticos tanto com Raquel quanto com João.