Depois de mais um tropeço e de deixar o gramado da Fonte Nova sob vaias, a seleção brasileira encerrou o ano na quinta colocação das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. O empate em 1 a 1 com o Uruguai foi a última partida do Brasil em 2024, e segundo Dorival Júnior, técnico da equipe, marcou um ponto de evolução no trabalho.
De acordo com o treinador, o trabalho tem sido positivo até o momento, apesar dos 14 jogos com apenas seis vitórias, sete empates e uma derrota neste ano. Dorival acredita que existe uma melhora de desempenho, principalmente nos últimos dois jogos – dois empates diante de Venezuela e Uruguai.
— O trabalho vem melhorando a cada momento. Percebo isso em todas colocações dos jogadores. Essas últimas duas partidas tivemos um bom volume, poderíamos ter uma sorte melhor, um gol a mais daria a chance de finalizarmos este ano na segunda posição. Acho que muitas coisas mudaram. Estamos num caminho, queremos o resultado, estamos próximos que isso aconteça, mas temos que ter paciência para encontrar a equipe ideal, uma que passe mais confiança ao torcedor. Tivemos volume, oportunidades, mas não concluímos da maneira ideal. Pela forma que nós atuamos desde o primeiro tempo, nós aguardávamos um resultado diferente. Tivemos a paciência na primeira etapa de buscar os passes certos, mesmo com uma marcação consistente. Trabalhamos em cima disso. Mas jogamos com aproximação, mas o que faltou foi nos momentos finais as infiltrações para ter definições de maneira direta — analisou Dorival.
Com o empate diante do Uruguai, o Brasil desperdiçou a chance de encerrar 2024 em um viés de alta. Se tivesse vencido o jogo desta terça, a seleção poderia virar o ano na segunda colocação da tabela de classificação das Eliminatórias, mas segue atrás de Argentina, Uruguai, Equador e Colômbia. Questionado sobre um possível equilíbrio entre as forças do continente, Dorival afirmou que não estaria contente mesmo se tivesse vencido e fechado o ano na segunda posição.
— Nós, brasileiros, sempre olhamos o lado negativo das coisas. “O Brasil só subiu uma posição”. Eu vejo por outro lado. Não estaria satisfeito se fôssemos o segundo colocado, por um gol que faltou. Ainda estamos em um processo. Com a segunda posição, não estaríamos satisfeitos. Estaríamos buscando ainda uma melhora. E ela está acontecendo. A equipe precisa de um equilíbrio melhor. O time terminou com seis atacantes em campo. Acho que nós tivemos mais coisas boas que negativas no último ano, mas acho que os resultados encobrem isso. Tenho os pés no chão e acredito que as coisas estão acontecendo. Não tenho receio em afirmar, pela minha experiência, meu sentimento.
Apesar de ter apenas uma derrota no comando da seleção – diante do Paraguai – Dorival Júnior foi questionado sobre uma possível tensão sob o seu cargo de treinador. O técnico afirmou que está tranquilo em relação ao seu futuro e que tal tipo de questionamento deve ser feito a Rodrigo Caetano e Ednaldo Rodrigues.
— Acho que quem pode responder melhor que eu é o diretor de futebol e o presidente. Até então, todos estão vendo e acompanhando os trabalhos. Rodrigo Caetano não perde um treinamento, está em todos os trabalhos e palestras. O resultado é avaliado desta forma. No Brasil, as pessoas são resultadistas. Eu sei disso. Vivi a vida assim nos clubes. Eles confiaram, acreditaram e sempre contribui com resultados. O trabalho está sendo realizado. Mesmo que as pessoas não queiram enxergar, o trabalho está acontecendo. Os resultados, infelizmente, encobrem o que está acontecendo. Tenho confiança no nosso caminho e acredito que os resultados serão melhores nos momentos que necessitarmos deles ainda mais.
Por fim, Dorival falou sobre as vaias ao apito final da partida. A torcida presente na Fonte Nova ficou na bronca com o desempenho da equipe, principalmente por não ter conquistado os três pontos.
— Pelo resultado, naturalmente. As vaias ao fim do primeiro tempo foram mínimas. O resultado não vindo é natural, mas a torcida não interferiu em momento nenhum. Nos passaram tranquilidade, estiveram presentes. Está de parabéns o público. Em Salvador, Belém, Curitiba, São Paulo, Brasília, todos estão. Em todos os lugares sentimos o carinho do torcedor, que está voltando a ter uma confiança na seleção brasileira.