Por: Andréia Sadi, Matheus Moreira, GloboNews
Lula decidiu mudar o comando do Ministério das Mulheres. A ministra Cida Gonçalves foi substituída por Márcia Lopes — ex-ministra do desenvolvimento no 2º mandato de Lula. A troca foi oficializada nesta segunda-feira (5).
O Planalto atribui a decisão à avaliação de que falta produtividade, além de uma reorganização da pasta mirando a eleição presidencial de 2026. “Inércia e falta de protagonismo num ministério tão importante” são dois dos motivos para a mudança, segundo fonte.
A troca também tem relação direta com a tentativa de Lula de recuperar o apoio do eleitorado feminino, mirando a eleição presidencial de 2026.
Uma pesquisa Quaest divulgada em 2 de abril apontou que, pela primeira vez, a desaprovação do governo Lula entre as mulheres superou a aprovação.
A desaprovação oscilou seis pontos para cima, no limite da margem de erro, e chegou a 53% (eram 47% em janeiro). Já a aprovação caiu seis pontos e está em 43% (antes era 49%).
Outra fonte do Planalto afirmou que Lula já manifestava descontentamento com os resultados do ministério há algum tempo.
“[Lula] avaliava que a pauta estava apenas direcionada ao combate à violência contra a mulher, o que é muito importante (e mesmo aí as ações eram insuficientes), mas que faltava cuidar de outras pautas, como a geração de renda, emprego, formação e capacitação”.
Desde janeiro, cinco ministros foram trocados:
Secretaria de Comunicação Social: Paulo Pimenta (PT-RS) saiu e foi substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira em janeiro de 2025;
Saúde: Nísia Trindade foi demitida e substituída por Alexandre Padilha (PT-SP) em fevereiro;
Secretaria de Relações Institucionais: Padilha deixou o cargo para assumir a Saúde e foi substituído por Gleisi Hoffmann (PT-PR) em fevereiro;
Comunicações: Juscelino Filho entregou o cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em investigação sobre desvio de emendas parlamentares; Frederico de Siqueira Filho assumiu a vaga em abril;
Previdência Social: Carlos Lupi deixou o ministério após uma investigação da PF que revelou desvios em aposentadorias e pensões do INSS. Entra Wolney Queiroz, que era secretário-executivo da pasta, em maio de 2025.