Adiamento da taxa de importação por seis meses e definição de volumes na exportação para o mercado americano sem a sobretaxa, com uma cota para manga e uva, correspondente a safra deste ano. Estas foram algumas alternativas discutidas pelos presidentes da Abrafrutas, Guilherme Coelho e Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina (SPR), Jailson Lira, durante reunião na tarde desta segunda-feira (14).
As lideranças regionais do agronegócio, demonstraram uma grande preocupação com a possibilidade de prejuízos na fruticultura, que comercializou com os EUA, na safra passada, 36,8 mil toneladas de manga e 13,3 mil toneladas de uvas, gerando uma receita de exportação na ordem de 45,8 milhões de dólares com a manga e 41,5 milhões de dólares com a uva.
Para Guilherme e Jailson, a preocupação aumenta ainda mais porque a safra desse ano começa na última semana de julho ou primeira de agosto. “Isso quer dizer que os produtores e exportadores já se organizaram com toda questão do material, espaço de navios, de compromissos com os supermercados lá fora com os distribuidores. Uma sanção dessa torna inviável mandar para os Estados Unidos e a fruta, como é perecível, precisa ser comercializada. Se mandar essa fruta para Europa vai derrubar o mercado lá e também vai tomar prejuízo. Se ficar aqui no mercado interno vai ser a mesma coisa”, ressaltaram.
Os presidentes discordaram da sugestão apresentada pelo Ministério da Agricultura que sugere a alternativa de trabalhar os mercados Japonês e da Coreia do Sul para a manga e o mercado chinês para uva. “O mercado da Coreia do Sul representa apenas 1,22 % do tamanho do mercado americano para nós e a China é um mercado que nós estamos conhecendo agora, não tem logística específica e ainda não é acessível para nós. Portanto, nós estamos assim muito descrentes com essas duas possibilidades”, esclareceram.
Ao final da reunião, as lideranças pediram um maior diálogo para resolução do impasse. “Precisamos conversar. Os valores que estão em jogo, os investimentos que os produtores fizeram até agora praticamente à beira da safra, além do mais também a empregabilidade da região que está ameaçada”, concluíram.