Blog do Didi Galvão
A Agência Estadual de Meio Ambiente – CPRH recebeu novos equipamentos para o monitoramento de serpentes surucucus (Lachesis rhombeata) no território da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe. Os materiais foram adquiridos através do programa de conversão de multas ambientais da Agência. Entre os equipamentos recebidos no último dia 21, estão: Transmissores, Receptores e Antenas VHF, Armadilhas Fotográficas, GPS, Nanochips, entre outros, somando mais de R$ 46 mil reais de investimento.
O projeto de monitoramento da surucucus surgiu como uma demanda do aparecimento de serpentes dessa espécie em vários pontos na APA de forma crescente. “É uma espécie de interior de floresta que normalmente é bem acanhada, que não aparece tanto, que de repente começou a aparecer muito em áreas urbanizadas da APA e seu entorno. Isso chamou a nossa atenção e também da universidade para entender porque que isso estava acontecendo. O projeto, que já estava sendo desenvolvido pela UFRPE, vai ser ampliada com o investimento da conversão da multa para aquisição de equipamentos e materiais para a pesquisa para a gente entenda melhor como se dá dinâmica desses animais dentro do território da APA ”, explicou Cinthia Lima, gestora da APA Aldeia-Beberibe.
Todos os equipamentos serão destinados ao Laboratório Interdisciplinar de Anfíbios e Répteis da Universidade Federal Rural de Pernambuco, no Recife, para que os pesquisadores da CPRH, UFRPE e UFPE utilizem. “O recebimento desses equipamentos foi muito importante porque a gente vai ter estrutura e tecnologia adequada para fazer monitoramentos de ponta e entender como essas espécies se distribuem, onde elas estão, e assim entender como as ações antrópicas vêm impactando na conservação das espécies. Assim a gente consegue, junto com o órgão público, promover medidas de conservação e políticas adequadas para proteger as espécies nos seus ambientes naturais.”, comentou Paulo Braga, pesquisador da UFPE e colaborador do projeto.
O acordo de cooperação técnica entre a CPRH e a UFRPE foi formalizado em junho de 2024. O objetivo é estudar e investigar o comportamento das surucucus para mapear os registros de ocorrências da espécie, avaliar o estado de saúde das surucucus no estado, bem como produzir e planejar ações de conscientização e educação ambiental sobre a importância da espécie para fauna e biodiversidade local.
O diretor de Biodiversidade e Unidades de Conservação da CPRH, Artur Teixeira, explicou que o programa de conversão de multas tem ajudado a financiar projetos de conservação ambiental. “Os programas de conversão de multas são de grande relevância na medida em que dão ao infrator ambiental a oportunidade de contribuir para a recuperação e melhoria do meio ambiente, favorecendo um sentimento de pertencimento desse infrator, desenvolvendo a percepção de que ele também pode ser um ator na preservação ambiental. Além disso, a conversão das multas é um importante mecanismo de financiamento de ações para recuperação e melhoria do meio ambiente”, explicou Teixeira.
Esta é a segunda entrega de equipamentos através do programa de conversão de multas ambientais para o estudo das surucucus. Em 2024 a Agência recebeu 146 materiais, incluindo: caixas para transportes de animais, leitor de microchip, termômetros veterinários, balança de alta precisão, entre outros, os quais também já foram destinados à UFRPE.
